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Heróis improváveis, G. Augusto e Fabrício superam febre e vaias no Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/03/2018 04h00

A emocionante classificação do Vasco, com um gol no último minuto sobre o Fluminense, foi marcante e ainda mais especial para dois personagens: Giovanni Augusto e Fabrício, dois jogadores que vinham em baixa na carreira e que acabaram superando adversidades inesperadas para se tornarem um dos heróis da vitória por 3 a 2 no Maracanã.

Giovanni Augusto chegou em São Januário por empréstimo por não ser aproveitado no Corinthians. Após se destacar no Atlético-MG, foi comprado pelo clube paulista, mas não conseguiu corresponder às expectativas.

Apresentado pelo Vasco em fevereiro, teve uma infeliz estreia ao se lesionar na derrota para a Portuguesa por 1 a 0. Fora dos gramados, só voltou a ser relacionado nesta quinta-feira, justamente no clássico com o Fluminense. O que quase ninguém sabia, porém, é que durante a madrugada anterior o meia teve febre e dores de garganta que quase o tiraram do jogo. Recuperado pelo departamento médico, foi o cérebro do time e, de quebra, fez seu primeiro gol com a camisa cruzmaltina.

“É um atleta de qualidade técnica muito grande, infelizmente se machucou no primeiro episódio dele, achei que não ia aguentar os 90 minutos, mas fiquei muito feliz com a atuação dele, não sentiu nada. Durante a madrugada teve febre, dor de garganta, falamos sobre a possibilidade dele nem jogar, mas o departamento médico pôde recuperá-lo”, declarou o técnico Zé Ricardo.

Fabrício vem de um período em baixa na carreira. Após ter momentos de destaques em Internacional e Cruzeiro, teve temporadas abaixo do esperado e foi cedido pelo Atlético-PR por empréstimo ao Vasco, que buscava mais um lateral esquerdo para o elenco em função da lesão do titular Ramon.

Em São Januário, porém, viu o prata-da-casa Henrique crescer e não dar espaço para ele entre os titulares. Amargou a reserva e só ganhou uma vaga na equipe por conta de uma contusão do jovem.

Nesta quinta-feira, estava sendo vaiado desde o primeiro tempo, quando falhou no gol de Pedro para o Fluminense. Experiente, admitiu a má atuação e, diferentemente de outras vezes, como quando reagiu com gestos obscenos à torcida do Inter, mostrou-se compreensível.

“Faltou um pouco de perna na real. A torcida pegou um pouco no pé e tinha razão. Isso não é a primeira vez que acontece e não será a última. Terão outras vezes”, declarou ao Sportv, fazendo uma revelação em seguida: “Entendo como é torcedor, quando eu jogo mal meu pai me cobra também (risos)”.

Por ironia do destino, antes de fazer o gol salvador aos 50 minutos do segundo tempo, desabafou justamente com Giovanni Augusto:

“Eu falei para o Giovanni Augusto: ‘não deixa de tocar em mim porque a torcida está vaiando, me bota no jogo”.

Esta será a terceira final entre Vasco e Botafogo nos últimos quatro anos do Estadual. Nas duas primeiras a equipe de São Januário levou a melhor. A decisão acontecerá em dois jogos, sendo o primeiro já neste domingo, no estádio Nilton Santos, e o outro dia 8 de abril, no Maracanã.