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Após "tortura lenta e dolorosa" com câncer, Ederson cogita volta ao Nice

Gilvan de Souza/ Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Do UOL, em São Paulo

02/04/2018 19h03

A vida de Ederson sofreu grandes mudanças desde que ele foi diagnosticado com câncer no testículo em julho de 2017. Recuperado do tumor em fevereiro deste ano, o meia do Flamengo segue treinando para voltar aos gramados profissionalmente.

Em entrevista à revista France Football, o meia contou o drama do tumor. Ele afirmou que apesar de estar evoluindo fisicamente, ainda sente cansaço. "Me sinto melhor e melhor a cada dia. Mas você tem que esperar um pouco mais para eu estar no topo da minha aptidão. No momento, estou treinando, estou bem, mas a fadiga é sentida com frequência."

Ederson revelou que nunca chegou a contar ao filho pequeno que estava com câncer para não assustá-lo.

“"le não foi informado exatamente o que estava acontecendo comigo. Uma criança de 7 anos não consegue entender. Eu falei para ele que o papai teria que passar um tempo sem treinar, tomando remédio, talvez o cabelo dele fosse cair, teria um cabelo ainda mais forte (risos). Nós tentamos nunca falar sobre isso na frente dele porque essa palavra câncer é forte demais para ele, é assustador. Quando estávamos juntos, tentei estar sempre sorrindo, feliz. Por um lado, ele se beneficiou muito porque fiquei com ele por muito tempo."

O meia afirmou que teve momentos muito dolorosos durante o fim da quimioterapia. Ederson disse a falta de fome e a queda de cabelos o assustaram bastante.

"É algo muito difícil de suportar. Eu tive que tomar o remédio todos os dias. No começo, eu disse para mim mesmo: ‘Ah, eu estou bem, eu não sinto nada’. E foi a partir da terceira semana que comecei a sentir muita fadiga. Eu não tenho força. Eu vi meu cabelo cair. Foi realmente um choque. Eu senti que nunca ia acabar, que o tempo não ia acabar. Foi uma tortura lenta e dolorosa. Eu não tive o desejo de comer, eu não sentia mais o sabor das coisas. Foi difícil", afirmou.

Futuro na Europa?

Enquanto ainda não volta a jogar, o meia de 31 anos já começou a planejar o seu futuro. Com contrato até junho com o Flamengo, Ederson revelou que cogita voltar ao Nice, clube em que viveu seu auge, entre 2005 e 2008. "Eu e minha esposa pretendemos voltar à Europa. Se eu não renovar meu contrato, pensaremos seriamente em retornar à França ou à Itália. Eu sou muito ligado ao Nice, todo mundo sabe disso."

Apesar disso, o meia, que quer voltar a jogar até junho, ainda prioriza uma conversa com o Flamengo antes de acertar com qualquer outra equipe.

"Nós conversamos sobre isso em dezembro passado. Mas primeiro eles queriam ver como eu ia me recuperar. A prioridade na época era a minha saúde e me dava tempo para voltar aos trilhos. Por enquanto, não estou muito preocupado com isso. Eu treino todos os dias, eu prospero todas as vezes, sem pensar muito sobre o futuro".