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Sempre confiamos na Justiça, diz empresa de guindaste da Arena Corinthians

Márcio A. Campos
Imagem: Márcio A. Campos

Do UOL, em São Paulo

06/04/2018 14h32

A Locar, empresa terceirizada contratada pela Odebrecht para a construção da Arena Corinthians, se manifestou nesta sexta-feira (6) após a condenação de dois engenheiros por causa do acidente fatal ocorrido em novembro de 2013. Na ocasião, duas pessoas morreram após a queda do guindaste da empresa.

Em nota, a Locar afirma sempre ter confiado na Justiça e que tinha absoluta certeza sobre a total inocência de seus colaboradores tercerizados. As duas vítimas do acidente eram: Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, motorista; Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43 anos, montador.

Erguida pelo guindaste, a peça de 420 toneladas que cobriria a arquibancada desabou, destruiu parte da Arena e provocou a morte dos dois. A torre é projetada para levantar materiais de até 1.500 toneladas, mas a fabricante alegou que o terreno em questão precisa ser plano e ter inclinação máxima de 0,3 grau.

Denunciados pelo Ministério Público de São Paulo, os engenheiros Marcos de Almeida Horta Barbosa e Marcio Prado Wermelinger, que trabalhavam com a Odebrecht, foram condenados a um ano, seis meses e 20 dias de regime inicialmente aberto. A pena, no entanto, foi convertida em prestação de serviços à comunidade e pagamento de prestação pecuniária no valor de 80 salários mínimos (para Frederico Barbosa) e 50 salários mínimos (para Marcio Wermelinger).

A Odebrecht também divulgou nota: "A Construtora Norberto Odebrecht ratifica que diversos Laudos Técnicos elaborados por renomados especialistas afastam qualquer responsabilidade de seus integrantes nas causas do acidente em questão."

Confira a nota oficial da Locar:

No tocante ao lamentável acidente na Arena Corinthians, que vitimou dois trabalhadores, em 27 de novembro de 2013, a Locar Guindastes e Transportes Intermodais sempre teve absoluta certeza sobre a total inocência de seus dois colaboradores, agora confirmada na sentença proferida pela juíza Alice Galhano Pereira da Silva, da Vara Criminal e do Juizado Especial Criminal do Foro Regional de Itaquera.

A decisão da magistrada reforça, de um lado, a confiança que a Locar sempre teve na Justiça do Estado de São Paulo e, de outro, a convicção da empresa quanto à expertise de seus recursos humanos, treinamento e operação com equipamentos de alta performance, tecnologia e confiabilidade.

A sentença judicial também confirma a conclusão inquestionável de dois laudos expedidos por respeitadas instituições, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) e o Coppe (Instituto de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ambos concluíram, taxativamente, que a queda do guindaste deveu-se a problemas do terreno. O guindaste e todos os parâmetros de sua operação estavam corretos.

A Locar reafirma seu compromisso prioritário com a segurança e com a contratação de profissionais de reconhecida experiência e capacitação técnica, com a capacidade de operar a maior e mais moderna frota brasileira de guindastes, gruas, equipamentos para içamento em geral e de transportes especiais.

A empresa agradece a seus clientes, fornecedores e parceiros, que sempre mantiveram a confiança na expertise e conduta de seus colaboradores e estiveram a seu lado ao longo de todo esse processo judicial. Enfatiza, ainda, a postura da imprensa, cuja cobertura equilibrada e lúcida do episódio foi decisiva para que não se fizesse julgamento público precipitado e para que a conduta técnica dos colaboradores da Locar jamais fosse colocada em dúvida.

O trâmite e a conclusão desse processo evidenciam que o Brasil pode, sim, ter mais segurança jurídica e confiar nas suas instituições e organismos técnicos. Exemplos como este reciclam a confiança na capacidade do País de conquistar o desenvolvimento.