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Vital para o City, Fernandinho festeja mão na 2ª taça do Inglês: "Saudades"

Phil Noble/Reuters
Imagem: Phil Noble/Reuters

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, em Manchester (ING)

06/04/2018 04h00

A derrota acachapante para o Liverpool, por 3 a 0, em Anfield, na última quarta-feira (4), deixou o Manchester City mais longe da semifinal da Liga dos Campeões, mas o resultado arrasador não deve ofuscar a campanha incontestável da equipe na Premier League.

Com recorde de aproveitamento na história de todo o Campeonato Inglês, não só na era moderna, com o surgimento da liga em 1992, e também com outras marcas significativas no horizonte, o City está a apenas uma vitória de se consagrar campeão da Inglaterra. A festa pode acontecer em grande estilo, com um convidado de honra: no sábado, o Estádio Etihad receberá o clássico de Manchester, e a coroação contra o United seria perfeita para os Citizens.

O belga Kevin De Bruyne é o protagonista da campanha e rivaliza com o egípcio Mohamed Salah, do Liverpool, a disputa por prêmios individuais no contexto de todo o calendário do país. Um brasileiro, no entanto, é visto como imprescindível por Josep Guardiola.

“Sem Fernandinho, nada que alcançamos até agora seria possível”, sentenciou o catalão, em mais um reconhecimento público ao meio-campista, muito elogiado desde que os dois começaram a trabalhar juntos, em julho de 2016. “Ele é um capitão de verdade mesmo. Está sempre pronto para o que o time precisa e nunca se esconde. Pode jogar bem ou mal, mas está sempre lá para a equipe”.

Na hierarquia dos líderes do elenco, o meia da seleção brasileira só está abaixo de Vincent Kompany e David Silva, ídolos indiscutíveis do clube. Se nenhum dos dois está em campo, a braçadeira fica a cargo de Fernandinho, muito influente não só dentro de campo, pela qualidade técnica e grande capacidade de leitura de jogo, mas também fora das quatro linhas e nos bastidores do time.

A postura extremamente profissional e o pensamento no bem-estar do coletivo fazem de Fernandinho uma das vozes mais ouvidas no vestiário.

“Faço de tudo para ajudar. Coloco sempre meus companheiros em primeiro lugar, acima das minhas vontades”, explica o camisa 25, antes de revelar a origem de tal comportamento. “Fui acostumado assim desde que era jovem. Consegui as coisas sendo assim, não seria agora que teria motivos para mudar”, disse ele, que desde pequeno tinha a responsabilidade de cuidar das irmãs mais novas em Londrina (PR) enquanto os pais, separados, trabalhavam pelo sustento dos filhos.

Na quinta temporada em Manchester e aos 32 anos, Fernandinho se vê com a mão na sua segunda taça de Premier League. O primeiro título aconteceu no ano de estreia, em 2013/14.

“Estou com saudades (de ser campeão inglês). Estamos próximos da conquista, mas falta um trabalho a ser feito no sábado, com possibilidade real de ser campeão. Serei feliz por isso, mas ainda mais pelos jogadores que vão vencer pela primeira vez: o Kyle (Walker), Sterling, o Stones, o Gabriel Jesus, Ederson, Danilo. Eles vão poder sentir o gostinho de ganhar o Inglês, que é um dos melhores campeonatos do mundo”.

Com 225 jogos e 20 gols, o meio-campista também ergueu três troféus da Copa da Liga, o último deles em fevereiro passado, diante do Arsenal. No fim de semana, ele pode acrescentar mais uma peça ao hall de conquistas.