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Em semana decisiva, City falha e Guardiola amarga recorde negativo

Guardiola lamenta derrota de virada para o United no dérbi de Manchester - Matt Dunham
Guardiola lamenta derrota de virada para o United no dérbi de Manchester Imagem: Matt Dunham

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, em Manchester (ING)

08/04/2018 04h00

O que poderiam ser dias perfeitos para o Manchester City, de afirmação no futebol europeu e título da Premier League sobre o maior rival, transformou-se em derrota com goleada no mata-mata da Liga dos Campeões, revés no Dérbi e impossibilidade de premiar, em grande estilo, com a taça nacional, uma temporada quase perfeita – pelo menos até antes das últimas duas vezes que Josep Guardiola colocou o time em campo.

Os resultados negativos no jogo de ida das quartas da final da Liga dos Campeões, diante do Liverpool (3 a 0), em Anfield, na última quarta, e a virada sofrida em casa para o United (3 a 2), no sábado, também representam um recorde negativo nos 11 anos de carreira do técnico catalão. Além de ter sido a primeira vez que o time perdeu duas seguintes nesta campanha, todas as equipes de Pep, incluindo Barcelona e Bayern de Munique, nunca tinham sido vazadas três vezes em duas partidas consecutivas.

“É algo novo para nós, porque não tínhamos sofrido nada parecido em todas as competições que tínhamos jogado”, analisou Fernandinho, uma das principais referências no vestiário do City. “Precisamos refletir sobre tudo o que é novidade, com a cabeça no lugar, ver onde estamos errando para não acontecer mais isso de novo. Temos um jogo decisivo pela frente e precisamos passar por ele sem tomar gol. É um choque para todo mundo, porque seis gols em dois jogos não é a realidade do nosso time, do que aconteceu durante toda a temporada. O negócio é ter a cabeça tranquila agora”, prosseguiu.

Na próxima terça-feira (10), o líder do Campeonato Inglês recebe o Liverpool, no confronto que vale vaga na semifinal da Liga dos Campeões. Para avançar, tem de marcar ao menos três gols e não ser vazado para decidir nos pênaltis. Qualquer triunfo por quatro tentos de vantagem coloca o time a duas partidas da grande decisão. 

Já no Campeonato Inglês, a cinco jogos do fim, o Manchester City ainda pode ser campeão na próxima rodada, mas, caso isso aconteça, será pela televisão. O time de Guardiola precisa vencer o Tottenham, quarto colocado, em Wembley, no próximo sábado, e torcer por uma derrota do United para o lanterna West Bromwich, no Old  Trafford, no domingo.

“Se quisermos alcançar o nível de ser um dos principais times da Inglaterra e da Europa, temos de tentar reagir o mais rapidamente possível, não dá para ficar nessa maré baixa, jogando o futebol maravilhoso do primeiro tempo contra o United, mas cair de nível no segundo. As grandes equipes são assim: no momento do baque, elas se levantam rápido”, refletiu Fernandinho, antes de contextualizar o clube no cenário europeu.

“Temos de ser realistas: o City é um time que não está no nível de Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique, mas estamos em busca disso. Só que isso demora, não acontece da noite para o dia”.

Após a goleada sofrida para o Liverpool, Guardiola projetou a volta na terça e, diante do United, poupou Kevin De Bruyne, Kyle Walker e não pôde contar com Sérgio Agüero em condições físicas ideais, já que o argentino volta de lesão no joelho esquerdo. O ídolo entrou a 14 minutos do fim, com uma proteção na região lesionada, e não conseguiu evitar que o arquirrival estragasse a festa azul.

“Contra o Liverpool, não podemos pensar no terceiro gol, mas no primeiro. Foi o que não conseguimos na quarta”, afirmou Gabriel Jesus. “Desde o apito inicial do árbitro, temos de jogar o nosso futebol para buscar o gol até o final. Se hoje temos a possibilidade de jogar para ir a uma semifinal da Liga dos Campeões e estamos perto do título da Premier League, não podemos jogar fora tudo o que construímos até agora”.