Topo

Pedido até por imprensa, Dedé brilha e fica perto de maior série após lesão

Zagueiro Dedé foi bastante elogiado por atuações contra Vasco e Atlético-MG - Washington Alves/Light Press
Zagueiro Dedé foi bastante elogiado por atuações contra Vasco e Atlético-MG Imagem: Washington Alves/Light Press

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizotne

10/04/2018 04h00

Mano se irritou ao ser indagado por um repórter sobre a ausência de Dedé no jogo de ida da final do Mineiro. Pouco mais de uma semana depois, o treinador não tem motivos para nervosismo ao escutar o nome do zagueiro. Pelo contrário. Ele pode efetivá-lo como titular e ter a chance de vê-lo superar a maior sequência de jogos desde a lesão sofrida em 2014.

A pergunta sobre o defensor de 29 anos foi feita pelo número de gols sofridos em bolas aéreas, especialidade do atleta. No jogo de ida contra o Atlético-MG, foram três bolas na rede e todas em jogadas deste tipo.

"Você acha que o Léo não tem condição de marcar bola parada? Estou perguntando porque à medida que você pede um jogador que não estava você está dizendo que um que estava não sabia marcar bola parada. Se você acha que o Léo não tem condição, posso colocar o Dedé. Não adianta querer individualizar um jogador. Eu sou responsável pela bola parada", disse ele, após a derrota por 3 a 1 para o Atlético-MG no jogo de ida da final do Mineiro.

A lesão de Murilo no ombro esquerdo fez com que Dedé conquistasse uma vaga entre os titulares já na quarta-feira, no duelo contra o Vasco, pela Copa Libertadores. O bom futebol do atleta o manteve na escalação para o jogo seguinte, a finalíssima do Campeonato Mineiro.

E o Mito, como é conhecido desde os tempos de Vasco, não decepcionou. Neutralizou Ricardo Oliveira e as jogadas de bola aérea tentadas pelo arquirrival.

"O Dedé é um zagueiro de seleção brasileira. Ele fazia parte [da seleção] antes de acontecerem as lesões, a dificuldade de recuperação... Isso se explica pela qualidade dele. Por isso tivemos que cuidar dele após o primeiro jogo, deixar um jogo fora. Inegavelmente, ele acrescenta muito. Tem uma imposição sobre os atacantes que faz diferença na hora de marcar, inibe o jogador a tomar iniciativa", disse Mano Menezes.

No duelo que valeu o título mineiro, o zagueiro chegou à marca de sete jogos - mesmo número que obteve em 2017 - e pode superá-la no sábado (14), quando o time enfrentará o Grêmio, no Mineirão, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

Antes disso, ele fez cinco partidas em 2016 e nem sequer entrou em campo em 2015. Após o período longe dos gramados, ele tem sequência maior pela equipe e pode assumir a condição de titular definitivo.

Ausente de jogos importantes, como a decisão da Copa do Brasil 2014, Dedé foi aos prantos antes de iniciar a finalíssima do torneio regional, nesse domingo (8). O choro do zagueiro na preleção foi explicado por Mano:

"Ele se emocionou muito antes do jogo, relatou a decisão da Copa do Brasil [de 2014] em que ele queria estar em campo, ficou na arquibancada. Como foi difícil para Fred, Murilo, Romero também [da final do Mineiro]. Ficar de fora sempre é ruim. A gente vai montando esse trabalho, dosando esse quebra-cabeça para ter o melhor Dedé. É uma conquista emblemática. É uma alegria para o torcedor cruzeirense vê-lo assim como foi [no domingo]", concluiu Mano.