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Súmula relata que jogador afirmou ser do PCC; atleta nega

Jogador expulso diz que é do PCC e vai matar juiz - Reprodução site FPF
Jogador expulso diz que é do PCC e vai matar juiz Imagem: Reprodução site FPF

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

16/04/2018 14h17

Juiz do jogo Paranavaí e Independente, no último domingo, João Paulo Romano relatou na súmula que um jogador ameaçou o bandeirinha de morte dizendo as seguintes palavras: 'seu ladrão, safado, você tem que voltar esse pênalti, eu sou do PCC e vou colocar o revólver na sua boca e você vai sentir o gosto da bala''.

O atleta do Paranavaí Maurim Vieira de Souza teria dirigido as palavras ao assistente Alessandro Michel de Oliveira Domiciano depois da marcação de um pênalti no final da partida. Diante do cartão vermelho, nova ameaça. "Eu vou te pegar lá fora seu vagabundo, vou te esperar lá".

Esta versão é negada pelo jogador que afirma se tratar de invenção. "Isto está manchando minha imagem. Xinguei ele de outras palavras no calor do jogo. Mas não falei que faço parte do PCC. Tenho 30 anos de idade, tenho uma família que ficou chateada. Não falei nada disso. Ele está inventando as coisas".

O presidente do Paranavaí, Francisco Carneiro dos Santos, disse que não vai se manifestar sobre o assunto. A partida valia pela segunda divisão do Campeonato Paranaense em que o Independente venceu o Paranavaí por 2 a 1. O caso não foi comunicados às polícias Civil e Militar. A assessoria de imprensa da PM (Polícia Militar) confirmou que não foi avisada na hora e nem no relatório que a corporação recebe da equipe de arbitragem.

A delegacia de Polícia Civil de Paranavaí também informou que não foi comunicada. Acrescentou que o árbitro e o bandeirinha têm seis meses para procurar a polícia e registrar boletim de ocorrência. Caso isto ocorra, será aberta uma investigação por ameaça, crime que prevê até seis meses de prisão e costuma ser revertida em pena alternativa.

O silêncio do trio de arbitragem contrasta com o ocorrido na segunda rodada da segundona do paranaense. Na ocasião, um bandeirinha foi chamado de macaco por um torcedor. Ele relatou a ofensa racista aos policiais militares que estavam no estádio e o criminoso foi capturado e identificado pelo assistente mais tarde.

A Federação Paranaense de Futebol e a comissão de arbitragem da entidade foram procuradas para saber se tomaram alguma medida para proteger o juiz e o bandeirinha, além de explicar porque o boletim de ocorrência não foi registrado. A assessora de imprensa da federação não estava no prédio e nem disponível por telefone. A comissão de arbitragem pediu o envio de um e-mail que ainda não foi respondido.