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Genro de Rivaldo, meia enfileira gols e chama a atenção em Portugal

Rivaldo, sua filha Thamirys e o genro Gustavo visitando o Camp Nou - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, em Lisboa (POR)

17/04/2018 04h00

Na luta pelo acesso para a primeira divisão portuguesa, o Penafiel não costuma superar a média de 5 mil torcedores por rodada.

Entre a sua concorrida agenda de compromissos, até mesmo um pentacampeão mundial já abriu espaço para ir ao estádio e ver a sua briga ponto a ponto para conseguir subir. O craque Rivaldo tem um motivo especial para acompanhar o clube: o seu genro, Gustavo Costa, carrega a camisa 95 nas costas e enfileira gols. Foram nove até aqui.

Os números chamam a atenção no mercado. Não está descartado o seu salto para uma equipe maior na próxima temporada.

O meia de 23 anos tenta a sua segunda promoção consecutiva no país. Ele já subiu em 2017 com o Portimonense, time comandado pelo ex-empresário de Hulk, Teodoro Fonseca, e que detém os seus direitos econômicos.

Em alta, Gustavo está rodeado de atletas na família: além do sogro Rivaldo, que se aposentou em 2015, o cunhado Rivaldinho atua pelo Levski Sofia, da Bulgária, enquanto que o seu irmão Marcelinho é reverenciado no mesmo país e até se naturalizou depois do sucesso pelo Ludogorets.

Nas ceias de Natal, como não poderia deixar de ser, o futebol tem sempre o seu espaço à mesa. A última delas aconteceu na vizinha Barcelona, na Espanha.

Gustavo e Rivaldo chegaram, inclusive, a coincidir no elenco do Mogi Mirim, onde o destaque brasileiro se encontrava antes de romper o seu contrato. No interior de São Paulo, ele chegou com apenas 14 anos trazido pelo irmão para fazer teste e nunca mais voltou para a sua Manacupuru, em Amazonas.

Desenvolveu o seu futebol e conheceu também a sua esposa, Thamirys Ferreira, com quem está junto desde 2013. Os dois se casaram no ano passado.

“Conheci o Rivaldo ainda em Mogi, ele era o presidente (do clube). Eu estava na base e não via muito ele. Foi somente na altura em que subi para o profissional que a gente teve mais contato, ele ficou um ano treinando com a gente, dava muito conselho”, afirma Gustavo ao UOL Esporte.

“Ele é da mesma posição que eu, assim como meu irmão, e sempre me disse para chutar mais no gol, foi assim que conseguiu o destaque na carreira dele”, completa.

Não dá para dizer que receita não tem funcionado. O jovem jogador nunca balançou tanto as redes.

Como é o Rivaldo sogrão?

Em campo, Rivaldo costumava deixar os adversários para trás com a sua passada larga e finalizava de onde fosse, quase sempre com maestria. Recuar para marcar e fazer pressão nunca foi o seu forte. Melhor do mundo em 1999, ele mudava um pouco fora das quatro linhas e não desgrudava da filha, dificultando a vida de qualquer pretendente.

Gustavo Costa ‘sofreu’ na pele.

“O Rivaldo é tranquilo demais, mas, no começo, era um pouco chato quando namorávamos (risos). Agora estamos casados e não tem mais isso. Ele vem nos visitar, fica com a gente, dois ou três dias para nos ver. Já foi até em jogo meu”, conta o meio-campo.

Não falta exemplo na família para Gustavo continuar fazendo o seu papel e despertando mais cobiça em Portugal.

“O meu irmão (Marcelinho) sempre foi uma inspiração para mim. Quando ele saía de casa, eu chorava. Sempre quis ser jogador e fui vendo pelo meu irmão (33 anos), que tem hoje a história dele na Bulgária, jogou pela seleção e Champions (League). Sempre foi um espelho”, conta.

“Depois disso que vim conhecer minha mulher, tenho o sogro que todo mundo sabe (risos), melhor do planeta, não tem o que falar, ajuda demais com a sua experiência. E o meu cunhado Rivaldinho também, conversamos muito, todas pessoas legais”, acrescenta.

Ex-parceiro de Gabigol e ‘divide’ empresa com Jesus

Com contrato no Portimonense até o meio de 2019, Gustavo aguarda o fim da temporada para definir o seu futuro. Ele tem a carreira comandada pela empresa Energy Sports, a mesma que participa da gestão do atacante Gabriel Jesus e esteve nas negociações para a sua ida para o Manchester City.

O meia ficou um pouco desapontado por ter sido liberado pelo time do Algarve no início da temporada.

“Não sabia que ia ser emprestado, não. Cheguei para a pré-temporada, tinha certeza que jogaria a primeira divisão (com o Portimonense), mas, logo nos treinos iniciais, vi que o treinador estava meio estranho, senti que não ia ficar lá e foi o que aconteceu”, recorda.

“Fiquei chateado, mas coloquei na minha mente que queria me destacar, realizar o meu trabalho e marcar gols. Fiz nove e ainda dei sete ou oito assistências. Não dá para reclamar de nada”, prossegue.

Por pouco, Gustavo não virou mais um ‘Menino da Vila’, mas o destino pôs Portugal em seu caminho.

“Cheguei a ser emprestado (pelo Mogi Mirim) para o Santos, fiquei dois anos, era do mesmo grupo de Gabigol, Thiago Maia, Daniel Guedes, Caju e Arthur Gomes, mas acabei não ficando”, conclui.