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Licença para marcar: aos 14 anos, James Bond tenta a sorte no futebol do PA

Fã de 007, Danilo (à dir) não teve dúvidas: batizou o filho (à esq) com o nome do agente - Acervo pessoal
Fã de 007, Danilo (à dir) não teve dúvidas: batizou o filho (à esq) com o nome do agente Imagem: Acervo pessoal

Emanuel Colombari e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

20/04/2018 04h00

Classificação e Jogos

“My name is Bond. James Bond”. Das telas do cinema e das páginas dos livros, o icônico agente secreto britânico agora figura nos gramados nacionais. Calma, você não verá Sean Connery, Roger Moore, Pierce Brosnan ou Daniel Craig com calções e chuteiras e correndo atrás de uma bola. O 007 brasileiro, na verdade, se chama James Bond Reis de Sousa e reforça o time sub-15 do Bragantino (PA).

O jovem jogador - ou xará do agente mais famoso do cinema - está devidamente registrado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A reportagem do UOL Esporte, a partir desta informação, foi atrás da origem do James Bond paraense. Obviamente, a inspiração do nome veio pelas telas – da TV.

“Gosto do James Bond desde que eu tinha 10, uns 11 anos. Eu também era um cara que jogava muito vídeo-game e via a série de filmes que passava na TV há, sei lá, uns 30 anos. Gostava deste lado investigativo e quis batizar meu filho. Só chamo ele de Bond”, contou Danilo Fernandes de Sousa, 33 anos, pai do garoto de 14.

Dono de uma loja de materiais esportivos, que fornece o material do dia a dia para o garoto James Bond nos jogos de base no Pará, Danilo Fernandes enfrentou problemas para conseguir repassar a idolatria para o nome do filho mais velho. E se você pensou que o impasse foi com a ex-mulher, pensou errado.

“Quando pensei, foi a maior briga. O cara lá do cartório disse que não podia. Fui bem insistente, bem chato, aí ele acabou registrando como James Bond, como eu queria. A mãe dele, por outro lado, só achou esquisito, mas aceitou de boa”, relata o pai e maior incentivador do adolescente no futebol.

James Bond do Bragantino - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Danilo diz que enfrentou resistência apenas do cartório para dar ao filho o nome de James Bond: 'O cara lá disse que não podia'
Imagem: Arquivo Pessoal
James Bond se destacou em campeonatos locais de futsal e, como boa parte dos garotos, quis se transferir para o campo. Pela relação do pai com colaboradores do clube e com a diretoria, o xará do agente secreto ganhou uma chance de disputar o Paraense sub-15 pelo Bragantino local.

Inscrito e registrado na CBF, James Bond vai usar a camisa 19, segundo o pai - nada de 7 ou 007. “Quando era criança, ele teve um probleminha nos dedos e perdeu um do pé esquerdo. Sempre brinca que tem 19 dedos. A minha empresa tem o nome de 19 justamente por causa disso, e ele só usa a 19 desde que começou a jogar sério nas escolinhas”, afirmou o pai.

O gosto de Danilo Fernandes por nomes peculiares não se restringiu ao primogênito que sonha em ser jogador de futebol: James Bond tem um irmãozinho de cinco anos de nome Maradona. Não é Diego Maradona, simplesmente Maradona. “Sou louco pela Argentina e pelo Boca Juniors. Então tenho o meu Maradona Leonel Roman”, apresentou.

O nome do mais jovem induz ao futebol. Entretanto, a esperança de ter um jogador na família é depositada sobre o James Bond de 14 anos. Mesmo sem a experiência, as instruções de M (diretor do MI6 nos livros de Ian Fleming) e toda a tecnologia disponível para o personagem, alguém vai duvidar de uma pessoa com o batismo do superagente secreto? Nós não duvidaríamos.