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Oposição estuda entrar na Justiça com pedido de impeachment de Abad no Flu

Presidente Pedro Abad enfrenta problemas internos no Fluminense - NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
Presidente Pedro Abad enfrenta problemas internos no Fluminense Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

Leo Burlá e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/05/2018 04h00

A revelação do UOL Esporte sobre o atraso na publicação do balanço financeiro e as possíveis consequências do ato esquentou ainda mais os bastidores do Fluminense.

Amparados pelo Estatuto do Torcedor e também pelas obrigatoriedades previstas pelo Profut, o programa de parcelamento das dívidas com a União, um grupo de conselheiros estuda pedir judicialmente o impeachment do presidente Pedro Abad.

Como a base de sustentação (“Flusócio”) do dirigente ainda é a maioria no Conselho Deliberativo, conseguir a destituição de Abad pelas vias da política das Laranjeiras seria tarefa mais complexa para estes opositores. Pelas regras internas do clube, tal processo só pode ser aberto após o recolhimento de 50 assinaturas, mas o ritual legal teria de obedecer prazos legais que poderiam “esfriar o assunto”, de acordo com a visão de conselheiros da oposição.

Tão logo a notícia explodiu, um grupo de conselheiros convocou um encontro para debater as alternativas possíveis. E ingressar com uma ação judicial alegando gestão temerária é uma opção cada vez mais real. Além de driblar a burocracia interna, estes conselheiros acreditam na solidez da base jurídica para o pedido, mas sabem que a ação poderá ser custosa e não há como definir um prazo para solução.

Ainda que a empreitada não seja das mais fáceis, os opositores ganham corpo, inclusive com a adesão de gente que pertence ao grupo político (“Unido e Forte”) dos vices Cacá Cardoso (geral) e Diogo Bueno (finanças). Caso esta ala apoie um impeachment, este novo fato poderia embaralhar ainda mais as peças do tabuleiro tricolor, já que a saída do presidente resultaria na convocação de nova eleição geral. Uma saída voluntária de Abad, no entanto, levaria Cardoso ao poder automaticamente. Apesar da presença na atual administração, as diferenças entre as duas correntes que hoje comandam o Flu são evidentes.

Adversários no último pleito, Celso Barros e Mario Bittencourt são figuras-chave no processo. Em lados antagônicos na última disputa, os dois estão convergindo na mesma direção, o que representa o fortalecimento de uma fatia considerável que anda insatisfeita com a gestão.

“Seria algo inédito, mas existe a possibilidade de tentarmos o impeachment por vias judiciais. A tendência é que percorramos esse caminho, assim abrimos mão do jogo político”, explicou o conselheiro Luis Monteagudo, presidente do grupo opositor “Tricolor de Coração”.

Por meio de nota oficial, o clube alegou que o estouro do prazo deveu-se de a "uma nova revisão de saldos contábeis das contas de 2016" e que "o objetivo da direção e dos poderes do clube é e sempre será apresentar o quadro mais fidedigno da realidade".