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Após deixar cadeia, Jobson acerta com o Brasiliense para jogar a Série D

Jobson, ao centro, com seus advogados, no dia em que saiu da prisão - Arquivo pessoal
Jobson, ao centro, com seus advogados, no dia em que saiu da prisão Imagem: Arquivo pessoal

Bruno Thadeu e Marcello De Vico

Do UOL, em São Paulo e em Santos (SP)

08/05/2018 15h08

Jobson está de volta. Nesta terça-feira (8), quase duas semanas após deixar a cadeia em Paranã, interior de Tocantins, o Brasiliense – time que atualmente disputa a Série D do Brasileiro e foi o primeiro na carreira do jogador – confirmou o atacante de 30 anos como reforço.

A informação foi divulgada inicialmente pelo site Correio Braziliense e confirmada pelo UOL Esporte. Luiza Estevão, filha do ex-senador Luís Estevão e hoje diretora do Brasiliense, revelou que Jobson chega a Brasília nesta quarta-feira (9) para assinar contrato.

De acordo com Luiza, Jobson procurou o clube para pedir uma segunda chance e o Brasiliense espera poder ajudar o jogador a recomeçar a sua vida não só profissional, mas também pessoal.

“O Jobson é um jogador muito bom. É um cara que começou aqui no Brasiliense, então a gente tem uma memória muito boa dele. Ele é um cara que se meteu em muitos problemas na vida, alguns gravíssimos, mas ele entrou em contato conosco, pedindo uma segunda chance. Ele disse que consegue fazer uma mudança na vida dele, e o Brasiliense quer ajuda-lo”, disse ao UOL Esporte.

Jobson estava preso sob acusação de estupro. De acordo com a defesa, Jobson teve a prisão preventiva revogada por causa da morosidade na tramitação de seu caso.

Ele responderá em liberdade à acusação de supostamente ter participado do estupro de mulheres menores de idade durante uma festa em 2016.

Com seis pontos em três jogos, o Brasiliense é vice-líder do grupo A10 da Série D. O time volta a campo neste sábado (12), quando visita o Corumbaense no Mato Grosso do Sul.

Entenda a acusação

Jobson responde na Justiça pela acusação de estupro de vulneráveis. O caso inicialmente foi investigado pela Polícia Civil do Pará, mas foi transferido para a Justiça de Tocantins. A festa onde supostamente teria ocorrido o crime aconteceu em uma chácara na cidade de Couto Magalhães, no oeste de Tocantins, onde o atacante mora, perto da divisa com o Pará.

Na época, duas garotas disseram à polícia que estavam sob efeito de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes colocadas na bebida.

Ainda que não estivessem inconscientes, manter relações sexuais com menores de 14 anos é considerado crime de "estupro presumido" no Brasil. Pela lei penal brasileira, uma pessoa menor de 14 anos não possui o discernimento necessário para decidir manter uma relação sexual. Assim, ainda que ela faça sexo consensual com alguém maior de idade, o ato é considerado estupro.

Preso provisoriamente, Jobson deixou a prisão no dia 28 de agosto de 2017. Na ocasião, o jogador recebeu uma tornozeleira eletrônica para que fosse monitorado. Ele não poderia deixar o município em que mora sem autorização judicial e deveria permanecer em casa todos os dias entre 19h e 6h.

O monitoramento eletrônico apontou que Jobson deixou a área estabelecida pelo menos oito vezes no mês de setembro. Algumas das viagens eram para Conceição do Araguaia, onde o jogador ficava até tarde da noite. Jobson retornou à prisão em 29 de setembro.

Suspenso do futebol profissional por doping até março de 2018, Jobson vinha atuando no futebol amador. Em junho do ano passado, o atacante foi suspenso de torneio em Conceição do Araguaia (PA) por agredir árbitro e adversário. A punição no torneio amador é válida por 180 dias.