"Melhor que Bernard"? Ex-Galo se destaca e entra nos planos do Benfica
Aos 41 minutos do primeiro tempo, Bruno Tabata correu pelo lado, abriu espaço e cruzou na medida para Fabrício, que vinha entrando na área, completar para as redes e deixar tudo igual contra o Sporting, no último dia 28 de abril.
A cada jogo do Portimonense, o lance se repete. É quase impossível parar o meia-atacante de 21 anos e a sua perna esquerda que arrasta olheiros de diversos cantos da Europa para as partidas do time da região do Algarve. Na derrota de 2 a 1 para o Sporting, estavam no estádio representantes do Atlético de Madrid, Eibar, Sevilla, Newcastle, Southampton e Stuttgart.
Considerado um dos garotos mais promissores de sua geração no Brasil, Tabata passou por Ipatinga e América-MG antes de surgir com tudo na conquista da Copa do Brasil Sub-17 pelo Atlético-MG em 2014. O Galo tentou segurá-lo e renovar o seu contrato, mas esbarrou no assédio vindo de fora.
Para muitos de seus cartolas, ele é melhor, inclusive, que Bernard, que teve um percurso mais acidentado na base e foi dispensado mais de uma vez.
Com um teto salarial que não costumava ultrapassar R$ 2 mil mensais, a equipe viu o Portimonense, então, na segunda divisão de Portugal, colocar 20 mil euros (ao redor de R$ 80 mil) mensais na mesa e seduzir a revelação com o seu projeto e apresentá-lo oficialmente em 2016, sem custos. Na próxima janela de transferências, o nome de Tabata deve agora circular fortemente no mercado.
O seu futebol, com dribles curtos, passes precisos e velocidade, contribui, claro.
Mas não fica nisso: ele fechou recentemente com o ex-meia Deco para cuidar de sua carreira. O agora agente assumiu o lugar de Renê Salviano, que, desde a última temporada, vinha se afastando da função de empresário, se preparando para a transição como gestor e foi convidado pelo Cruzeiro para tocar a diretoria de novos negócios.
Deco é hoje um dos empresários mais poderosos do futebol português. Entre outros, é responsável pelo futuro também de Tiquinho Soares e do venezuelano Osorio, ambos do Porto, Raphinha, do Vitória de Guimarães, e Murilo Freitas, do Tondela, todos destaques em seus clubes.
Com uma cláusula de rescisão que gira em torno de 10 milhões de euros (R$ 40 milhões), o Portimonense promete fazer jogo duro para se desfazer de Bruno Tabata. O caminho natural seria inicialmente o Porto, com quem possui laços estreitos, porém, o Benfica monitora o camisa 11 desde a base atleticana.
O seu contrato se encerra somente em junho de 2021.
Mais promissor que Bernard
Bernard se converteu na maior venda da história do Atlético-MG ao ser negociado por 25 milhões de euros com o Shakhtar Donetsk em 2013. Quase ninguém internamente contava que o meia renderia tanto aos seus cofres. Não dá para dizer o mesmo de Tabata, cujo potencial sempre foi reconhecido e cruzou de vez os muros da Cidade do Galo após a Copa do Brasil Sub-17 de 2014.
Ele se destacou naquela campanha ao lado de nomes como Capixaba, Nathan e Jordan, que ainda não chamaram a atenção no profissional.
Naquela altura, a diretoria mineira chegou a receber uma oferta vinda de fora de R$ 1,5 milhão por Tabata, mas recusou de bate-pronto, a contragosto dos representantes e familiares do meia.
Como time da Segundona portuguesa bateu Atlético-MG
Logo de cara, ao acompanhar um jogo do Portimonense, um detalhe chama a atenção em sua camiseta: o patrocínio da McDonald’s. O clube que subiu da segunda divisão nesta temporada tem planos ambiciosos, mas sempre com uma diretriz a não perder de vista: o seu objetivo principal é descobrir jogadores e trazê-los a um custo baixo e revendê-los com a maior margem de lucro possível.
Até o momento, esse trabalho tem sido muito bem feito.
Além de Tabata, se destacam o goleiro Léo e o zagueiro Lucas Possignolo, ambos ex-São Paulo, o meia português Pedro Sá e o atacante Fabrício, ex-Corinthians. A sua estrela, no entanto, é o meio-campista japonês Shoya Nakajima, disparado um dos mais cobiçados no futebol local.
É claro que facilita nesse trabalho ter uma rede de contatos que inclui Porto e PSG como parceiros e também um investidor forte por trás. É o caso do empresário Teo Fonseca, que comandava a carreira de Hulk e agora está à frente do clube. Ele tem ao seu lado os compatriotas Rodiney Sampaio e Robson Ponte, ex-Bayer Leverkusen e Guarani, como parte da cúpula.
Foi essa estrutura que convenceu Tabata a aceitar a oferta que hoje supera os 250 mil euros (R$ 1 milhão) anuais em salários e bônus no Portimonense.
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