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Victor Ferraz admite chateação com torcida após ser chamado de mercenário

Lateral desabafou em coletiva: Dinheiro é um negócio que nunca me seduziu" - Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo
Lateral desabafou em coletiva: Dinheiro é um negócio que nunca me seduziu" Imagem: Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

14/05/2018 16h31

Victor Ferraz, que reassumiu a posição de titular da lateral-direita do Santos nos últimos dois jogos, desabafou sobre as críticas que recebeu da torcida no início desta temporada. O camisa 4 admitiu que ficou magoado por ter sido chamado de mercenário e revelou que, antes da renovação contratual neste ano, ele não estava na lista nem dos 20 maiores salários do elenco.

O UOL Esporte chegou a revelar neste ano que o meia Rafael Longuine, por exemplo, ganhava muito mais que Ferraz. Vale lembrar que Longuine, emprestado ao Guarani, nunca foi titular da equipe santista.

Victor Ferraz ainda ressaltou que recebeu propostas do exterior e do Brasil, mas recusou para permanecer no Santos. O São Paulo, após pedido de Dorival Júnior, que trabalhou com Ferraz no Santos e comandava o time do Morumbi na ocasião, tentou a contratação do lateral no início desta temporada.

“Antes da renovação, eu não estava nem entre os 20 salários do elenco. Abro aqui para vocês. E pessoal me chamando de mercenário. Dinheiro nunca me moveu. Se optasse por trocar de clube, não era pelo dinheiro, mas pela possibilidade de o ciclo acabar. Gosto muito do clube, da cidade e tenho identificação grande com o torcedor. Criticam porque sabem que posso dar mais. A resposta veio e consegui dar a volta por cima. Dois jogos é pouco, preciso jogar em grande nível os grandes jogos. E vou conseguir. Nosso time é promissor e brigaremos por grandes jogos”, afirmou Ferraz.

“Sempre dei muita entrevista aqui. Vocês sabem que tive muito interesse em fazer carreira aqui, bater recordes e metas. Perguntaram de jogar fora, recebi muitas sondagens e propostas, e nunca passou pela minha cabeça. Dinheiro é um negócio que nunca me seduziu. Naquela época, muito torcedor me chamou de mercenário. Concordava com críticas em campo, mas algo me doia. E eu estava longe de ser mercenário pelas coisas que passei no clube”, completou.

Além da acusação de mercenário, a torcida santista pegava no pé de Victor Ferraz por conta de seus cruzamentos. Na visão dos torcedores, o camisa 4 cruzava mal e não chegava a linha de fundo, preferindo atacar por dentro – no meio-campo.

“O primeiro foi algo que treinei muito. Precisava evoluir. Vocês que acompanham são testemunhas do quanto trabalhei. Fiz muitos cruzamentos, principalmente de arco. A segunda foi por baixo, da minha característica, bola entre zagueiro e goleiro. É minha principal característica. A terceira é a que o Sasha gosta, viajada, ele cabeceia muito bem e conversou comigo no vestiário. Aquilo foi conversado antes do jogo. Ele me procurou e falou que gostava daquela bola. Graças a Deus encaixou bem”, disse.

Antes de voltar ao time contra Luverdense e Paraná, Victor Ferraz havia feito apenas quatro jogos este ano. O último tinha sido no empate por 1 a 1 com o Ituano, em 28 de janeiro, no Pacaembu, pela primeira fase do Campeonato Paulista.

Ferraz era titular absoluto da lateral-direita, mas sofreu uma luxação no ombro direito contra o Ituano e perdeu a posição para Daniel Guedes. Ele foi para o banco em sete jogos, mas não entrou em nenhum deles.