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Aval para contratar e divisão de poder: os desafios de R. Caetano no Inter

Rodrigo Caetano será apresentado na quinta-feira como diretor executivo do Internacional - Gilvan de Souza/ Flamengo
Rodrigo Caetano será apresentado na quinta-feira como diretor executivo do Internacional Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/05/2018 04h00

Rodrigo Caetano será apresentado pelo Inter na quinta-feira. Na terça, foi anunciado oficialmente com vínculo até 2019. O novo diretor executivo de futebol do clube já desembarca em Porto Alegre com o desafio de contratar as últimas peças consideradas valiosas ao elenco e terá uma divisão de deveres com os demais membros do departamento.

Caetano se integra à pasta cujo líder é Roberto Melo. Vice de futebol político, escolhido pelo presidente Marcelo Medeiros ainda no início da campanha presidencial de 2016. Além dele, Adauri Silveira também faz parte do departamento mais importante do clube.

Sua participação será um pouco diferente do que ocorria com Jorge Macedo. O antecessor pouco aparecia em entrevistas, trabalhava mais nos bastidores e praticamente não era exposto. Dificilmente estava em apresentação de jogadores ou mesmo se manifestava após os jogos.

Entre as atribuições de Caetano, estará a relação com a imprensa e também no âmbito interno do Inter, mas não será dele o poder de tomar decisões absolutas. Todo passo será definido pelo colegiado, junto ao mandatário e ainda ao Conselho de Gestão.

"Um executivo com super poderes não existe num clube como o Inter. O clube tem suas hierarquias e seus funcionários, toda profissionalização do departamento de futebol. Queremos um profissional que nos dê o que entendemos que precisamos, que possa interagir com os atletas, dar um suporte maior para comissão técnica, que possa se relacionar com a imprensa, as instituições, que tenha relacionamento com a CBF, com outras, com boa relação de mercado nacional e internacional, que trabalhe bem a base, estamos iniciando a parceria com a Double Pass e será importante neste processo. São várias tarefas inerentes ao trabalho dele, mas dentro da hierarquia que o clube sempre teve e seguirá tendo", disse Roberto Melo.

Ainda há espaço para contratações

E não será apenas a relação externa que Caetano terá de responsabilidade. O Internacional ainda vê espaço para contratações no elenco. Mesmo que tenha 34 jogadores no grupo atualmente e esteja prestes a efetivar mais duas chegadas (Rithely e Sarrafiore), a direção acredita que novas peças possam ser agregadas ao time.

"Eu entendo que o Inter tem um elenco forte e de qualidade, em condições de fazer um bom campeonato. Mas ainda a gente pode, dentro da nossa possibilidade, tentar agregar mais algumas situações que entendamos necessário. Internamente, entendemos que precisamos de algumas peças ainda. Estamos trabalhando e a partir do momento que ele chegar, se insere neste processo. Hoje contratar um atleta tem participação de muita gente. O scout, análise de desempenho, comissão técnica, executivo, direção em última instância. Não se contrata mais um jogador porque gosta, alguém viu vídeo ou alguém indicou. Contratamos pelas possibilidades que temos dentro de um consenso que possa nos agregar qualidade. Uns imediatamente, outros a partir de um período de adaptação", explicou Melo.

Também estará em pauta a saída de jogadores pouco aproveitados. Como Camilo, sondado pelo Fluminense, e Seijas e Eduardo Henrique, que treinam separados do grupo.

Rodrigo Caetano volta a trabalhar no Rio Grande do Sul após 10 anos. Para fechar com Inter, ele rejeitou investida do Fluminense e do Vitória.

Ele optou pelo Internacional para reconstruir sua imagem, abalada depois de uma passagem turbulenta pelo Flamengo. No Rio Grande do Sul, onde começou carreira no Grêmio, acredita que terá tranquilidade para atingir este objetivo.