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Técnicos atacam políticos e defendem paralisação dos caminhoneiros

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

27/05/2018 14h26Atualizada em 27/05/2018 16h52

Os técnicos do Coritiba, Eduardo Baptista, e do Paraná Clube, Rogério Micale, aproveitaram as entrevistas coletivas após seus jogos (no Coxa, vitória sobre o Vila Nova por 2 a 0 em casa, pela Série B do Brasileiro; no Paraná, empate em 0 a 0 com o Atlético-PR pela Série A), para falarem sobre a situação do Brasil em virtude da paralisação dos caminhoneiros.

Questionado sobre a possibilidade da não realização do jogo contra o Londrina na próxima terça (29), Baptista criticou toda a classe política.

“O país vive uma incompetência, uma falta de honestidade dos nossos políticos. Eu fiquei emocionado ontem, eu vi o pessoal do leite jogando leite na rua e tanta gente passando fome. Onde eu moro aqui tem tanta gente na rua pedindo dinheiro para um prato de comida e a gente tendo que jogar leite fora”, disse, comentando as cenas exibidas nos telejornais que acompanham as filas de caminhões parados nas estradas do Brasil.

Baptista prosseguiu: “Se não tiver jogo não tem problema, o Campeonato Brasileiro fica em segundo plano. O país vive um caos. Hoje eu assisti o (Ministro Secretário de Governo, Carlos) Marum falando, ele dando risada. Dando risada como se não acontecesse nada. Essa falta de honestidade, essa cara de pau... se não tiver jogo, tudo bem. O futebol fica em segundo plano e essa desonestidade deixa a gente muito triste”.

Procurado pela reportagem, Carlos Marum ainda não respondeu se irá querer se manifestar sobre as declarações do técnico.

Da mesma maneira, Micale aproveitou seu espaço para falar sobre o tema. “Nós temos um país, na política, extremamente corrupto. Não sou aqueles caras politicamente corretos nesse tipo de assunto. Não quero ver minhas filhas, meu neto, crescendo em um país com esse tipo de gente administrando. Não vou generalizar e dizer que são todos, mas a grande maioria é. Uma lama, corrupção, gente morrendo todo dia em hospitais. Morrendo de fome e comida sendo jogada no lixo. E a culpa não é dos caminhoneiros, a culpa é dos políticos que não fazem absolutamente nada pelo povo brasileiro”, disparou o treinador campeão olímpico com o Brasil em 2016.

Por fim, Baptista qualificou todos os partidos, ironizando até as siglas, ao rotular eles como responsáveis por mortes no Brasil. “Vamos votar certo, tirar essa cambada de corruptos que matam tanta gente. Essas pessoas não são ladrões. Essas pessoas são assassinas. Assassinas. É PT, PSDB, PMDB, UDT, PTC, todas as siglas: todos ladrões, todos sem-vergonhas, que matam crianças, mulheres, homens, brasileiros, o nosso país.