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Nainggolan: "Jogadores não se assumem gays porque têm vergonha"

Meia belga falou sobre homossexualidade e assédio das mulheres no futebol - Filippo MONTEFORTE/AFP
Meia belga falou sobre homossexualidade e assédio das mulheres no futebol Imagem: Filippo MONTEFORTE/AFP

Do UOL, em São Paulo

03/06/2018 19h48

Fora da convocação da Bélgica para a Copa do Mundo, o meia Radja Nainggolan foi atração do programa televisivo "Gert Late Night", em seu país natal, e não deixou de opinar sobre temas que vão além das quatro linhas.

Questionado sobre a presença de homossexuais no futebol, por exemplo, o camisa 4 da Roma foi sucinto: "Os jogadores não se assumem gays porque têm vergonha. Eles não se sentiriam confortáveis. O futebol é conhecido pelas belas mulheres que o rodeiam".

Nainggolan é um dos raros jogadores que combatem a homofobia publicamente e já foi visto várias vezes em eventos na Gay Village de Roma acompanhado de amigos. Ele tem uma irmã, Riana, que é homossexual e também é jogadora de futebol. 

O meio-campista abordou ainda justamente o assédio feminino no futebol, ao qual se referiu ao comentar sobre homossexualidade. "As mulheres me querem e esfregam isso na minha cara. Às vezes é difícil dizer não. Mesmo eu sendo casado, eu não sou um anjo, mas o mais importante é que nada aconteça".

Como esperado, Nainggolan também falou sobre a ausência na Copa do Mundo, deixando claro mais uma vez que teve divergências com Roberto Martínez, técnico da Bélgica. "Não acho que tenha deixado de fora apenas por razões táticas, porque jogo na Série A, o campeonato mais tático que existe. Nós tivemos um relacionamento complicado". 

O jogador de 30 anos, que anunciou a aposentadoria da seleção após ser barrado, disse que não sabe o que fará quando pendurar as chuteiras definitivamente. Mas tem uma certeza: "Se fosse hoje, deixaria o mundo do futebol. Não quero ser comentarista ou técnico. Quero ficar longe disso".