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Larghi construiu efetivação no Atlético em 137 dias, mas segue em avaliação

Mesmo efetivado, treinador seguirá avaliado pela diretoria nos próximos seis meses - Bruno Cantini/Atlético-MG
Mesmo efetivado, treinador seguirá avaliado pela diretoria nos próximos seis meses Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

26/06/2018 04h00

No dia 9 de fevereiro, o Atlético-MG anunciou a demissão do treinador Oswaldo de Oliveira. Então auxiliar técnico, Thiago Larghi assumiu inicialmente a função de forma interina enquanto o clube buscava um substituto. Mas Larghi seguiu comandando a equipe por exatos 137 dias até ser oficializado no cargo, o que aconteceu nessa segunda-feira (25). Foram mais de quatro meses de trabalho e 32 jogos, tempo que o profissional usou para construir sua efetivação, mas não o suficiente para ganhar um contrato longo.

Embora seja oficialmente o treinador do Atlético, Larghi vai ter o segundo semestre para seguir mostrando serviço para tentar conseguir a renovação de contrato. O primeiro acordo como técnico tem apenas seis meses de duração.

Neste momento, o Atlético é o vice-líder do Campeonato Brasileiro. Como tem apenas uma competição até dezembro, o cenário alvinegro se mostra positivo. Mas nem sempre foi assim. Mesmo como interino, Larghi viveu dias de pressão, embora o principal alvo das cobranças feitas pelos torcedores seja a diretoria.

As eliminações nas Copas Sul-Americana e do Brasil, a derrota na final do Campeonato Mineiro e a sequência de três rodadas sem vitórias no Brasileirão foram os momentos de instabilidade do Atlético sob o comando de Larghi. Agora, com seis meses de contrato, o técnico vai ter 26 rodadas no Brasileiro para superar esse novo momento de avaliação e seguir treinador do Galo em 2018.

Jogadores aprovaram efetivação

O aproveitamento de 60% dos pontos disputados em 32 partidas como interino e o bom desempenho do Atlético em alguns momentos dos poucos mais de quatro meses sob o comando de Larghi foram determinantes na opção da diretoria para a efetivação. Mas o dia a dia na Cidade do Galo foi algo que pesou ainda mais pela sequência do trabalho.

A resposta dada pelos jogadores aos métodos implantados por Larghi e a relação com os atletas foram pontos que até facilitaram na decisão informada pelo presidente Sérgio Sette Câmara. A declaração de Fábio Santos, dias antes da efetivação do treinador é a prova de como a torcida dentro do elenco era pela sequência do trabalho.

“O Thiago mesmo na época como auxiliar do Oswaldo já era um cara muito ativo na comissão técnica, nas palestras e nos treinamentos. Então, não foi nenhuma novidade, pois já estávamos acostumados com aquela liderança dele durante os treinamentos e jogos. Hoje a gente tem ele como o nosso treinador. Talvez seja interino para vocês (imprensa). Talvez seja um pouco mais cômodo para a diretoria deixar essa situação, mas o Thiago é nosso treinador e vem fazendo um belíssimo trabalho, no meu modo de ver. Tomara que ele possa continuar com a gente até o final do ano”, disse o lateral-esquerdo do Galo, no começo de junho.

Negativas de experientes deram tempo a Larghi

Quatro dias. Esse era o tempo que o Atlético planejava ficar sem treinador após a demissão de Oswaldo. Dentro desse cenário, Larghi teria comandado o time apenas uma vez, na derrota para a Caldense, ainda pela primeira fase do Campeonato Mineiro. No entanto, foram 137 dias como interino até a efetivação.

Mais do que bons resultados e a vice-liderança momentânea no Brasileirão, Larghi seguiu no cargo também por várias negativas dos treinadores procurados pela direção do Atlético. Abel Braga, Cuca, Felipão e Fábio Carille foram alguns dos nomes consultados pelos atleticanos no período.

Com a demora para conseguir acertar com um dos nomes pretendidos, a aprovação dos jogadores e a satisfação de parte da torcida com a evolução do time, Larghi ganhou muito mais tempo do que esperava. Tempo que usou bem e, agora, vai passar a conviver com a pressão de ser o treinador do Atlético, um novo desafio para o jovem técnico.