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Paquetá já tem 1º desafio no Botafogo: superar desconfiança da torcida

Novo comandante! Marcos Paquetá comanda primeiro treino pelo Botafogo -  Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Novo comandante! Marcos Paquetá comanda primeiro treino pelo Botafogo Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/06/2018 04h00

O Botafogo anunciou o técnico Marcos Paquetá como substituto de Alberto Valentim. O novo comandante, no entanto, não conta com a aprovação da torcida, que trata o profissional com desconfiança. A principal queixa são a idade do treinador, que tem 59 anos, o fato de ele não ser tão conhecido no próprio país.

A trajetória de Paquetá no futebol, de fato, passa longe das terras brasileiras. O treinador teve passagens nas categorias de base Flamengo e América antes de se mudar para a Arábia Saudita. Foram dois anos no Al-Shabab, entre 1988 e 1990. Após esse período, voltou para treinar equipes sub-20 de Flamengo e Fluminense, clubes em que alternou trabalhos até 2002.

Em 2003, a vida de Marcos Paquetá mudou. Ele assumiu a seleção brasileira sub-17 e foi campeão mundial, na Finândia. Na mesma temporada, foi escolhido para comandar o sub-20. Novamente campeão, desta vez nos Emirados Árabes.

Com os títulos, seu nome ficou em destaque, e ele tentou dar sequência à carreira no Avaí. Porém, o "Mundo Árabe" logo voltou a mudar seu rumo. De Santa Catarina, fechou com o Al Hilal, da Arábia Saudita. Por lá, ganhou vários títulos importantes e se tornou um dos técnicos mais badalados do país.

Tanto que foi chamado para comandar a seleção local na Copa do Mundo, em 2006, na Alemanha. A campanha não foi boa, e a Arábia terminou na lanterna da competição. Mesmo assim, o treinador seguiu por muitos anos na região. Passou por Al Gharafa e Al Rayaan, dos Emirados Árabes, pela seleção da Líbia e pelo Shabbab Dubbai.

Nesse ponto, já em 2015, Marcos Paquetá começou a passar por pontos ainda mais exóticos. Fechou com Zamalek, time do Egito, Al-Shorta Bagdad, do Iraque, e havia fechado com o Pune City, da Índia, para 2018.

Foi nesse momento que pintou o interesse do Botafogo. Com bom relacionamento com os indianos, Paquetá conseguiu a rescisão e ficou livre para assinar com o time do Rio de Janeiro.

Nas mãos, uma das maiores oportunidades da carreira. Uma chance que talvez o treinador não esperasse mais ter. Mas ela pintou, e já com desconfiança da torcida. Mesmo assim, a diretoria aposta em bons resultados com o técnico.