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Ingleses querem que Santos abra mão de até R$ 15 milhões por F. Anderson

Felipe Anderson em ação pela Lazio durante jogo contra a Inter de Milãio - Giuseppe Lami/ANSA via AP
Felipe Anderson em ação pela Lazio durante jogo contra a Inter de Milãio Imagem: Giuseppe Lami/ANSA via AP

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

04/07/2018 04h00

O Santos monitora a possível negociação do meia Felipe Anderson, que pertence à Lazio, da Itália. Cria do clube paulista, o jogador é o principal alvo do West Ham, da Inglaterra, na reabertura da janela de transferências. O UOL Esporte apurou, no entanto, que o alvinegro pode ter que abrir mão de milhões para receber pelo ex-jogador santista.

Lançado em 2010 na geração comandada por Neymar e Paulo Henrique Ganso, Felipe Anderson foi vendido para o clube italiano em 2013 por cerca de 7,5 milhões de euros (R$ 23 milhões à época), sendo que somente 50% do valor foi para os cofres santista. No acordo, ainda ficou estabelecido que o clube alvinegro teria direito a 25% de uma futura venda.

O pedido dos ingleses aos dirigentes santistas é que abram mão de parte do percentual para que os italianos possam avalizar a negociação.

A proposta inglesa gira em torno de 25 e 30 milhões de libras (R$ 128,6 milhões e R$ 154,3 milhões, respectivamente). Se ceder em 10% de qualquer um dos valores, por exemplo, o Santos perderia entre 2,5 milhões de libras ou 3 milhões de libras, ou seja, de R$ 12,8 milhões a 15,4 milhões.

A Lazio dificulta a negociação, mas também poderá ceder caso consiga o valor que deseja, uma vez que não conseguiu a classificação para a Liga dos Campeões da Europa e terá receita menor. O brasileiro ainda é especulado por outros clubes do mercado inglês.

A fatia santista ainda aumentará pelos ganhos com o mecanismo de solidariedade da Fifa, criado pela entidade para favorecer os clubes formadores. O cálculo de mecanismo começa aos 12 anos e vai até os 21, gerando o percentual de até 5%.

Internamente, a diretoria liderada pelo presidente José Carlos Peres não pensa em ceder para receber menos do que a fatia a que tem direito na negociação.

O valor, por sinal, ajudaria a engordar os cofres do Santos. Recentemente, o clube acertou a venda do atacante Rodrygo para o Real Madrid, da Espanha, por 40 milhões de euros (R$ 175,6 milhões), referentes aos 80% dos direitos econômicos que o clube possui do jogador. O montante será pago em duas parcelas.

Além disso, também trabalha na venda do zagueiro Lucas Veríssimo. Pelo jogador, Peres já externou publicamente que deseja receber 10 milhões de euros (R$ 46 milhões), alegando possuir em mãos várias propostas pelo defensor.

Três clubes da Itália estão interessados em contratar o zagueiro de 22 anos: Torino, Lazio e Udinese.

O Santos, por sua vez, corre contra o tempo para conseguir se reforçar. O presidente santista não viajará ao México para acompanhar os amistosos do Santos diante de Monterrey e Querétaro, nos próximos dias 7 e 10, respectivamente. O dirigente pediu o cancelamento de todos os compromissos para tentar anunciar o primeiro reforço do clube para a segunda parte da temporada.

O Santos ainda estuda alternativas no mercado e prioriza, principalmente, dois nomes para o meio de campo, setor considerado o mais carente do elenco.

A principal espera é pelo volante uruguaio Carlos Sánchez, do Monterrey, que disputa a Copa do Mundo na Rússia. O jogador é considerado a prioridade da diretoria santista para o setor. O clube também deseja a contratação de um típico camisa 10 e de um centroavante, Os objetivos foram externados publicamente pelo novo diretor executivo, o ex-zagueiro Ricardo Gomes.

A diretoria santista abriu "outras conversas" por conta das dificuldades para concluir a contratação do uruguaio Carlos Sánchez. O nome de Claudio Yacob, volante argentino livre no mercado após ter contrato encerrado com o West Bromwich, da Inglaterra, último colocado e rebaixado no Campeonato Inglês, surgiu como opção.

O Santos já negociou a contratação do volante Jailson, do Grêmio, mas não conseguiu um desfecho com os gaúchos pelo jogador. Além disso, recusou proposta de um investidor que tem interesse em repatriar o meia Paulo Henrique Ganso. Como contrapartida, precisaria ceder 5% dos direitos econômicos da maioria dos atletas das categorias de base.