Abad abandona política e privilegia perfil técnico na gestão do Fluminense

O antídoto encontrado pelo presidente Pedro Abad para esfriar a temperatura dos bastidores do Fluminense foi apontar para uma nova direção. Ao nomear Daniel Kalume, novo vice-presidente de interesses legais, e Marco Aurélio Guerreiro, agora vice-presidente de finanças, o mandatário traz para a sua gestão quadros reconhecidos pelo perfil técnico, não mais pelo viés político.

Em um clube absolutamente dividido por grupos que já miram o pleito de 2019, o presidente tenta contornar a situação em meio a ambiente contaminado pela disputa eleitoral. Com os novos vices, Abad sinaliza que tenta implantar uma administração pautada apenas pela capacidade, algo antes impossível por conta da necessidade de acomodar indicados desta ou daquela ala.

Foram cerca de dois meses até que os postos fossem preenchidos, visto que estão vagos desde que uma debandada de cinco vice-presidentes varreu as Laranjeiras. Em evidente rota de colisão com a administração, Cacá Cardoso (vice geral), Miguel Pachá (jurídico), Diogo Bueno (finanças), Idel Halfen (marketing) e Sandor Hagen (governança) deixaram suas pastas, ampliando ainda mais a guerra nos bastidores.

Desde que o CEO Marcus Vinicius Freire saiu do clube, o cargo não foi mais ocupado formalmente por ninguém, e as grandes decisões estratégicas seguem sendo decididas pelo Conselho Diretor tricolor.

Em meio a esta reestruturação do organograma, Abad promoverá a fusão das vice-presidências de marketing e comercial. O comando das operações ficará a cargo de Ronaldo Barcellos, vice já responsável por essa segunda.

Os nomes de Kalume e Guerreiro ainda terão de ser protocolados pelo Conselho Deliberativo do Fluminense, mas a aprovação obedecerá uma mera formalidade, já que ambos já vêm se inteirando diariamente sobre os enormes desafios que têm pela frente.