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De saída, Emerson foi de "chapéu" no Corinthians a frustração no Palmeiras

Emerson Santos fez apenas dois jogos oficiais pelo Palmeiras em 2018 - Ale Cabral/AGIF
Emerson Santos fez apenas dois jogos oficiais pelo Palmeiras em 2018 Imagem: Ale Cabral/AGIF

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

15/07/2018 04h00

"O que acontece com o Emerson Santos?". Essa foi uma pergunta frequente entre torcedores do Palmeiras durante o primeiro semestre de 2018, quando o zagueiro, contratado após defender o Botafogo no ano passado, ficou praticamente encostado no clube alviverde. Sem nunca ter conquistado espaço no time de Roger Machado, ele agora está com empréstimo encaminhado ao Internacional e, 11 meses após ser pivô de um "chapéu" no rival Corinthians, ficou apenas 92 minutos em campo em jogos oficiais.

Foi em agosto de 2017 que o diretor de futebol Alexandre Mattos abordou Emerson Santos após um jogo entre Botafogo e Palmeiras no Rio de Janeiro, pelo Campeonato Brasileiro. A imagem chamou atenção na época, já que o atleta estava em negociações para se transferir para o Corinthians. Diante da indefinição do alvinegro paulista para fechar, porém, o Palmeiras entrou no negócio com uma proposta de mais de R$ 5 milhões em luvas e assinou pré-contrato com o zagueiro, destaque e revelação da equipe carioca.

O acerto com o alviverde, porém, acabou fazendo com que Emerson Santos perdesse praticamente todo o segundo semestre. O último jogo dele pelo Botafogo foi naquele mesmo mês de agosto, contra a Ponte Preta. Depois, até o fim de seu contrato em dezembro, não entrou mais em campo. Ele já havia ficado um período afastado no início do ano, após falta de acordo para renovar o vínculo com a equipe do Rio. Portanto, chegou ao Palmeiras em janeiro com ritmo de jogo bastante prejudicado.

Mesmo com essa ressalva, a falta de espaço a Emerson Santos foi uma das primeiras surpresas de Roger no comando do Palmeiras. O treinador deixou o zagueiro fora até da lista de inscritos do Campeonato Paulista e apostou em uma defesa titular formada por dois atletas que quase não ficaram no clube para 2018: Antônio Carlos, que renovou contrato mesmo com poucas oportunidades no ano passado, e Thiago Matins, que tinha acabado de voltar de empréstimo do Bahia. Posteriormente, em abril, o experiente Edu Dracena ganhou a vaga de Thiago.

Disputando espaço também com Luan e Juninho, Emerson Santos nunca conseguiu passar à frente dos concorrentes na preferência do treinador. Foram só dois jogos oficiais pelo Palmeiras, ambos pela Libertadores. Ele entrou nos minutos finais da vitória por 3 a 1 sobre o Alianza Lima, fora de casa, e foi titular contra o Junior Barranquilla na última rodada da fase de grupos, com o time já classificado. O time voltou a vencer por 3 a 1, mas a atuação do zagueiro, titular de um jogo pela primeira vez em nove meses, foi nervosa, com passes errados que irritaram a torcida no Allianz Parque.

A parada do Palmeiras para a Copa do Mundo não melhorou a situação de Emerson. Dos três amistosos na América Central, jogou apenas dois, entrando no segundo tempo com outros reservas. E ainda viu o clube apostar na contratação do zagueiro argentino Nicolás Freire, diminuindo ainda mais suas chances de jogar - que já não haviam aumentado com o empréstimo de Juninho ao Atlético-MG, em abril.

A saída por empréstimo para o Internacional, perto de ser concretizada, é uma saída para que o zagueiro de 23 anos recupere o status de jovem promissor com o qual deixou o Botafogo. Jogador de qualidade técnica, com facilidade para bater faltas e também jogar na lateral direita, ele chegou a ser elogiado pelo treinador da seleção brasileira, Tite, em julho de 2016. O contrato com o Palmeiras vai até dezembro de 2022.