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Novo time de Kazim teve que 'comprar' vaga para reverter descenso no México

Divulgação/Lobos BUAP
Imagem: Divulgação/Lobos BUAP

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

17/07/2018 04h00

A nova equipe do atacante Colin Kazim-Richards esteve envolvida em uma manobra para não ser rebaixada na última edição do Campeonato Mexicano. Os Lobos BUAP, que nesta semana contrataram o turco sem custos com o Corinthians, pagaram cerca de R$ 23 milhões há três meses para reverter o descenso amargado em campo e permanecer na elite do futebol do país.

A compra da vaga na Primeira Divisão se deu após um imbróglio burocrático. No México, os clubes precisam cumprir uma série de requisitos para jogar na elite, incluindo um estádio com ao menos 20 mil lugares e estrutura para uma equipe feminina. Acontece que apenas seis dos 16 participantes da segunda divisão teriam o aval para subir em caso de título, sendo que nenhum deles chegou à decisão.

Quando duas equipes ‘proibidas’ de ascender chegaram à decisão, a Liga MX colocou a vaga na Primeira Divisão à venda: os Lobos BUAP poderiam reverter o rebaixamento se pagassem uma “multa” de 120 milhões de pesos mexicanos (6 mi de dólares) — caso contrário, a elite seria disputada por apenas 17 equipes. O clube pagou a quantia e acabou se beneficiando da situação.

A manobra, é claro, levantou enorme discussão no México. A frase “o acesso se conquista em campo” virou lema na segunda divisão e também entre jornalistas e torcedores. O maior prejudicado na história toda foi o Cafetaleros de Tapachula, que acabou sendo campeão em uma final sem propósito.

A decisão da segunda divisão, que em tese valeria o acesso, perdeu importância porque as duas equipes envolvidas já sabiam que não poderiam subir — o Alebrijes de Oaxaca também não preenchia os requisitos para tanto. Campeões de um torneio vazio, os jogadores do Cafetaleros exibiram camisas com a frase “somos de primeira” após a decisão. O time ao menos recebeu, como prêmio de consolação, os R$ 23 milhões pagos pelos Lobos BUAP. Na prática, um clube comprou a vaga do outro.

Seja como for, nem Kazim nem sua equipe precisam se preocupar com a possibilidade de novo descenso pelos próximos dois anos. O rebaixamento foi abolido do regulamento das duas próximas edições do Campeonato Mexicano, que no período pretende crescer de 18 para 20 participantes.