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"Pegaram no pé de quem sofre a falta, e não de quem faz", diz Neymar

Neymar posa com o filho, Davi Lucca, durante entrevista à AFP - AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
Neymar posa com o filho, Davi Lucca, durante entrevista à AFP Imagem: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL

Da AFP, em Praia Grande (SP)

21/07/2018 18h33

O silêncio de Neymar chegou ao fim. Duas semanas após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, o camisa 10 voltou aos poucos a falar com a imprensa. Depois de aparecer em público durante um evento do Instituto Neymar Jr. no meio da semana, o atleta participou neste sábado da fase final do torneio Neymar Jr. Five, realizado dentro de sua entidade, na Praia Grande (SP). O jogador falou sobre a decepção na Rússia, rebateu as críticas ao seu comportamento e fez projeções para mais uma temporada com a camisa do PSG.

"Acho que pegaram no pé de quem sofre a falta, e não de quem faz, porque quem faz passou ileso", afirmou Neymar. "Não fui para a Copa do Mundo para ficar sofrendo falta, fui para ganhar. Meus adversários obviamente que não iriam me deixar tranquilo, não iam me deixar passar sem me tocar, sem fazer as faltas, porque eles sabem que se não fizerem as faltas eu vou parar no gol. Acho que foi exagerado sim, mas já estou acostumado com tudo isso, já estou bem grande, né, já sei lidar muito bem com as criticas".

Confira a entrevista completa com o craque brasileiro:

Qual foi o impacto da Copa do Mundo para você?
É difícil responder essa pergunta, era um sonho. Não só meu, mas de 23 atletas, fora a comissão e milhões de brasileiros. Então a tristeza é muito grande, ninguém está mais triste do que eu e meus companheiros, mas também é o aprendizado de ter disputado mais uma Copa do Mundo e saber o quanto é difícil chegar ao seu sonho. Mas a gente tira uma lição grande também de ter feito parte do grupo. Foi uma honra ter participado de cada dia com aquele elenco.

Você chegou falar que era difícil reunir forças após a eliminação. Você pensou em parar de jogar?
Parar não, mas não queria ver bola na minha frente, não queria ver futebol, porque queria me desligar um pouco de tudo. Tive meus momentos de luto, de tristeza, de ficar eu só. Não queria ver mais ninguém, mas a tristeza não pode durar mais para sempre porque tenho meu filho, minha família, meus amigos que não gostam de me ver triste. Eu tenho muito mais motivos para estar feliz do que triste.

Existe muita pressão nos ombros do Neymar?
Não, pressão é para todo mundo que joga futebol. Claro que existem dois pesos quando são relacionados ao meu nome, eu sei disso. A responsabilidade que eu tenho, não só na seleção mas nos clubes que eu joguei, sempre foi muito grande. Desde que tinha 17 anos, 18, quando fui para a seleção, eu já sabia da cobrança que iria ter e me preparei para isso. Sei muito bem que quando os resultados não vêm a crítica e a cobrança são maiores. 

Houve conversas com outros times?
Não não, especulações só, da imprensa, quem inventa essas histórias. Acho que tem de começar a perguntar para eles, que parece que sabem mais do que eu da minha vida. Eu não posso ficar respondendo essas perguntas porque não houve nada.

Quais as expectativas com o PSG na próxima temporada?
A expetativa é grande, recebemos uma lenda do futebol, com toda sua experiência, tenho certeza de que vai nos ajudar muito nesta temporada. Então fico muito feliz não só com ele, com o treinador também, que é uma grande pessoa, um grande treinador, então juntos a gente espera poder fazer um grande trabalho nesta temporada.