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Mercado da bola gasta R$ 4,2 bi e apresenta "promissora geração brasileira"

O Everton pagou 45 milhões de euros pelo atacante brasileiro Richarlison - Divulgação
O Everton pagou 45 milhões de euros pelo atacante brasileiro Richarlison Imagem: Divulgação

Thiago Rocha

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/07/2018 04h00

A torcida pode até estar descrente na seleção brasileira após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, mas o mercado da bola, não. Pelo contrário. Basta ver as quantias robustas que clubes europeus têm aportado para contratar destaques do país, principalmente na atual janela. Apenas nesta terça-feira (24), os jovens Eder Militão, Malcom e Richarlison movimentaram cerca de 93 milhões de euros (R$ 406,4 milhões na cotação do dia) em transferências.

O número aumenta se forem levadas em conta as contratações das últimas duas temporadas (2016-17 e 2017-18) e o atual mercado de verão europeu. Entre nomes promissores ou que foram ao último Mundial e são vistos como convocações prováveis do Brasil para a Copa de 2022, no Qatar, há pelo menos 17 jogadores que, somados, representam um investimento de 961,7 milhões de euros – ou aproximadamente R$ 4,2 bilhões.

O mercado da bola está apostando alto na "promissora geração brasileira".

Caras novas ajudam a elevar as cifras

Malcom Barça - Victor Salgado/FC Barcelona - Victor Salgado/FC Barcelona
O atacante Malcom, ex-Bordeaux, se apresenta ao Barcelona
Imagem: Victor Salgado/FC Barcelona

Boa parte desse montante, ou quase 40%, responde por apenas dois jogadores: Neymar, contratação mais cara da história do futebol mundial (222 milhões de euros pagos pelo Paris Saint-Germain em agosto de 2017), e Philippe Coutinho, que custou 160 milhões de euros ao Barcelona em janeiro deste ano. Prestigiados em seus clubes, eles ganharam a companhia de caras novas, ainda em busca de afirmação no cenário europeu.

Neste grupo de "novatos" se destacam três nomes. O primeiro é Malcom, 21 anos. De quase reforço da Roma, protagonizou uma reviravolta de mercado e virou jogador do Barcelona, por 41 milhões de euros (R$ 179,1 milhões). Chamou a atenção de grandes europeus pelo Bordeaux, um coadjuvante na França.

O segundo elemento é Richarlison. Ex-Fluminense e América-MG, o atacante, também de 21 anos, teve um início fulminante na Premier League pelo modesto Watford, mas caiu de rendimento com a saída do treinador português Marco Silva. Agora no Everton, o comandante convenceu o clube inglês a investir no jogador. O preço: 45 milhões de euros, ou R$ 196,6 milhões.

O trio se forma com o meio-campista Fred, de 25 anos. Convocado por Tite, ele se lesionou na preparação da seleção brasileira e não entrou em campo na Copa da Rússia, mas já era visto como potencial alvo na janela de transferências pelo papel desempenhado com a camisa do Shakhtar Donetsk. Durante o Mundial, o Manchester United acertou a contratação do atleta por 59 milhões de euros (R$ 257,8 milhões).

Goleiros também simbolizam valorização do jogador brasileiro

Alisson Liverpool - Andrew Powell - Andrew Powell
Alisson será goleiro do Liverpool na próxima temporada
Imagem: Andrew Powell

Das três negociações mais volumosas da história com goleiros, duas envolvem brasileiros: Alisson e Ederson. O titular e o reserva de Tite na Copa simbolizam o que o futebol moderno exige da posição: evitar gols com técnica, eficiência e reflexo apurados, mas também ter condições de ajudar a defesa, sabendo jogar com os pés e com reposição rápida de bolas.

Na semana passada, Alisson se tornou o goleiro mais caro do futebol ao trocar a Roma pelo Liverpool por 62,5 milhões de euros (R$ 273,1 milhões). Na temporada passada, o Benfica recebeu 40 milhões de euros (R$ 174,8 milhões) para liberar Ederson ao Manchester City.

E eles ainda nem jogaram...

Vinicius Júnior Real Madrid - Susana Vera/Reuters - Susana Vera/Reuters
Vinicius Júnior com Ronaldo em sua apresentação no Real Madrid
Imagem: Susana Vera/Reuters

Dos 17 jogadores que formam essa equação da "promissora geração brasileira" (confira a lista no fim da matéria), há alguns novatos no futebol europeu, e isso não significa que eles ficaram fora dos holofotes. É o caso de Vinicius Júnior.

Investimento de 45 milhões de euros (R$ 196,6 milhões) do Real Madrid, atual tricampeão da Liga dos Campeões, o atacante de 18 anos foi apresentado com pompa, tirou selfie com Ronaldo e recebeu aplausos de torcedores no Santiago Bernabéu.

O Real pagou a mesma quantia por outra promessa de craque: Rodrygo Goes, 17 anos, que disputou a primeira partida como profissional há menos de nove meses. Ele, no entanto, deixará o Santos rumo à Espanha apenas em julho de 2019, quando terá atingido a maioridade.

Eder Militão, 20 anos, é a "exceção" nesse ambiente milionário. O defensor foi negociado com o Porto por 7 milhões de euros (R$ 30,5 milhões),, dos quais 4 milhões ficarão com o São Paulo, mas por uma oportunidade de mercado. Como o contrato com o São Paulo expiraria em janeiro de 2019, ele poderia sair de graça no ano que vem. Vendê-lo "por pouco" foi a alternativa do clube do Morumbi para ter alguma compensação financeira diante de um jogador com grande potencial para evoluir e gerar mais lucro em vendas futuras.

Quem forma a 'promissora geração brasileira'

Jogadores que foram à última Copa e o valor das vendas (em euros): 

Alisson (Liverpool) - 62,5 milhões
Ederson (Manchester City) – 40 milhões
Danilo (Manchester City) - 30 milhões
Fred (Manchester United) - 59 milhões
Philippe Coutinho (Barcelona) - 160 milhões
Gabriel Jesus (Manchester City) – 32,7 milhões
Douglas Costa (Juventus) - 40 milhões
Neymar (Paris Saint-Germain) – 222 milhões

Total: 646,2 milhões de euros – ou cerca de R$ 2,9 bilhões.

Potenciais convocados à Copa de 2022 e o valor das vendas (em euros):

Paulinho (Bayer Leverkusen) – 18,5 milhões
Rodrygo Goes (Santos/Real Madrid) - 45 milhões
Vinicius Júnior (Real Madrid) - 45 milhões
Éder  Militão (Porto) – 7 milhões
Fabinho (Liverpool) – 45 milhões
Malcom (Barcelona) – 41 milhões
Richarlison (Everton) – 45 milhões
Felipe Anderson (West Ham) - 38 milhões
Arthur (Barcelona) – 31 milhões

Total: 315,5 milhões de euros – ou cerca de R$ 1,3 bilhão.

Soma dos dois grupos: 961,7 milhões de euros – ou cerca de R$ 4,2 bilhões.