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Alvo do Barça, Rabiot tenta ser primeiro a sair da "prisão de ouro" do PSG

AFP PHOTO / FRANCK FIFE
Imagem: AFP PHOTO / FRANCK FIFE

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

27/07/2018 04h00

Dobrar o presidente do Paris Saint-Germain, Nasser al-Khelaïfi, é tarefa árdua. Adepto a segurar jogadores no clube, o mandatário já fez Marquinhos, Thiago Silva e Verratti sofrerem sem a desejada transferência para o Barcelona. O novo caso, envolvendo o meio-campista Adrien Rabiot, parece mais complicado.

O jogador tem cenário favorável na busca pelo Barcelona: seu contrato com o PSG vai até junho de 2019. Sem aceitar a renovação, o valor de mercado fica menor a cada dia. A aceitação ao projeto do Barça esbarrou na recusa do clube francês em realizar a venda.

Nos casos dos brasileiros Marquinhos e Thiago Silva, foi justamente a duração dos contratos que os transformou em reféns dos desejos de Al-Khelaifi. As negociações com o Barça foram realizadas há três anos e deixaram frustrações em ambos. Como compensação, receberam um volumoso aumento salarial para seguir no clube francês.

Na época, Marquinhos viu um projeto de carreira ser montado pelo PSG para que o zagueiro virasse ídolo no clube. Já Thiago Silva contou até com aceitação de ter um fisioterapeuta particular no clube - entre outras regalias. 

A situação de Rabiot também faz lembrar as palavras de Mino Raiola, ex agente de Verratti: ele definiu o PSG como uma “prisão de ouro” pelo fracasso na desejada negociação com o Barcelona, que terminou na renovação de contrato do volante italiano com o clube francês.

No caso de Rabiot, foram várias reuniões fracassadas com a cúpula do PSG recentemente. A mãe e empresária, Veronique Rabiot, é conhecida internamente por conduzir negociações de forma dura. Em movimento realizado no ano passado, até pedido para que o jogador fosse adiantado de volante para meia foi realizado, de acordo com o jornal esportivo francês L’Equipe.

Personalidade forte

Em campo, Rabiot é arredio. Aos 19 anos, em 2015, causou espanto no clube quando xingou o sueco Zlatan Ibrahimovic em campo: "Cala a boca seu filho da p...", flagrou a câmera de televisão.

"Eu não gosto de injustiças e reagi desta forma por ser cobrado. Mas me entendi com ele no vestiário posteriormente", comentou Rabiot anos depois.

Já na temporada passada, declarações do jogador após a derrota por 3 a 1 para o Real Madrid, na partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, causaram irritação. Na ocasião, os placares elásticos no Campeonato Francês foram minimizados.

"Fazemos sempre as mesmas coisas e dizemos sempre as mesmas coisas, mas no final fomos derrotados da mesma maneira. Estou aborrecido, muito triste. É fácil fazer oito gols no Dijon e marcar quatro ou cinco gols por partida no Campeonato Francês”, esbravejou.

Uma punição diretiva jamais foi aplicada. No entanto, o então treinador Unai Emery o sacou do time titular nas partidas seguintes à eliminação para o Real Madrid – o meio-campo do PSG passou a ser formado por Diarra, Thiago Motta e Verratti.

Nesta temporada, a presença de Rabiot no elenco é um dos pedidos do treinador alemão Thomas Tuchel. Mesmo com a situação incerta, o técnico o convenceu a iniciar a pré-temporada com o PSG. O caso com o Barcelona ainda parece longe de um desfecho.