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Sassá irá inaugurar esteira da Nasa que custou R$ 250 mil ao Cruzeiro

Atacante Sassá será o primeiro atleta lesionado a testar os efeitos do novo equipamento - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Atacante Sassá será o primeiro atleta lesionado a testar os efeitos do novo equipamento Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

07/08/2018 04h00

A tão falada esteira antigravidade, desenvolvida com a tecnologia da NASA (Agência Espacial Norte Americana) finalmente chegou ao Cruzeiro. O equipamento foi adquirido no início do ano e faz parte do projeto de modernização do departamento médico celeste. Apesar de poder ser utilizado com qualquer tipo de jogador, o aparelho que simula a gravidade também será útil principalmente para acelerar a recuperação de atletas lesionados, atual situação de Sassá. Depois de realizar uma cirurgia no joelho esquerdo, o atacante será o primeiro atleta debilitado a conhecer as vantagens da esteira na prática do seu tratamento.

No final do ano passado e início deste ano, o diretor do departamento médico do Cruzeiro, Sérgio Campolina, visitou clubes e solicitou algumas adequações para modernizar o DM do clube. Um dos investimentos foi na compra da esteira AlterG, pouco utilizada no Brasil, mas recurso frequente nos clubes da Europa. A tecnologia do equipamento é semelhante à usada pela NASA em treinamentos antigravidade dos astronautas. A esteira pode reduzir o peso de uma pessoa em até 80%, diminuindo e até eliminando as dores e, consequentemente, acelerando recuperação do atleta.

“O Fred já está fazendo trabalho de campo, mas o Sassá ainda está na transição e para ele será fundamental. Teoricamente, ele teria que fazer a recuperação em uma esteira e na piscina para só depois ir para o campo. Então nós vamos pular etapas. Você consegue fazer um trabalho para os atletas com diagnóstico de lesão muscular sem correr o risco de agravar a lesão deles. Esse é o grande diferencial”, comentou o médico Sérgio Campolina, em conversa com o UOL.

Esteira do Cruzeiro - Vinnicius Silva/Cruzeiro - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Como funciona: A esteira funciona como se os membros inferiores do jogador estivessem em uma espécie de bolha. Tanto a velocidade quanto a diminuição do peso corporal são controlados. Por exemplo, um jogador com 70kg pode andar uma distância significativa fazendo pouco esforço, como se pesasse apenas 14kg. Isso é valido tanto para atletas lesionados, quanto para jogadores fora do DM, evitando o aumento da fadiga e prevenindo contra desgastes nas articulações e músculos.

“Ela minimiza o risco de você ter uma lesão depois do trabalho aeróbico. Será utilizada nos dois grupos (lesionados ou não) sem riscos de aumentar a fadiga. Se você tem uma esteira em que controla a ‘força da gravidade’, você diminui essa fadiga e consegue manter o condicionamento sem atrapalhar a questão muscular”, acrescentou.

Quais são os próximos passos: Comprada no mês de março, a esteira foi transportada de navio dos Estados Unidos até o Brasil, chegando à Toca da Raposa na semana passada. A montagem já foi feita e o clube agora só aguarda a visita de um técnico para ensinar as funcionalidades aos profissionais da fisioterapia e preparação física.

Qual o custo do investimento?: Para colocar em prática a modernização do departamento médico, o Cruzeiro desembolsou pelo menos R$1 milhão. Devido ao alto custo, apenas uma esteira AlterG foi comprada para a Toca. Seu preço pode chegar até US$75 mil (cerca de R$280 mil).