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Mercado contraria tendência de 2017 e vê investimento em goleiros crescer

Getty Images - Divulgação/Liverpool - Getty Images
Imagem: Getty Images - Divulgação/Liverpool - Getty Images

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

08/08/2018 04h00Atualizada em 08/08/2018 11h06

A iminente saída de Courtois e a chegada de Kepa Arrizabalaga ao Chelsea mostram uma janela europeia com os holofotes voltados aos goleiros. Com exceção da contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus, dois atletas de luvas tendem a ser as duas maiores negociações do mercado que abre a temporada 2018/19 na Europa: Alisson e Kepa.

A tendência contraria o que foi visto na janela do meio de 2017. Na ocasião, o PSG balançou o mercado ao gastar 222 milhões de euros para contratar Neymar e ainda pegar Mbappé emprestado do Monaco – a estratégia foi o jeito encontrado para escapar do fair play financeiro. O atacante francês custará 135 milhões de euros aos cofres franceses ao ser contratado em definitivo nesta temporada.

Diferentemente deste ano, em que Kepa será a segunda contratação mais cara da janela e Alisson a terceira – Cristiano Ronaldo lidera -, a janela do meio do ano de 2017 não teve nenhum goleiro entre as 15 maiores negociações do período.

Alisson foi o primeiro grande desejo da atual janela de transferências. O brasileiro era disputado por Chelsea, Liverpool e Real Madrid enquanto jogava a Copa do Mundo. O martelo foi batido em 19 de julho, quando o Liverpool aceitou pagar 72,5 milhões de euros (R$ 323,3 milhões) para tirar o goleiro da Roma.

A negociação transformou Alisson no goleiro mais caro da história do futebol, superando os 52,8 milhões de euros que a Juventus pagou ao Parma para ter Buffon em 2001/02. O posto de mais valioso da história não permaneceu muito tempo com o brasileiro, contudo.

Derrotado na briga para ter Alisson, o Chelsea pagou os 80 milhões de euros (R$ 348,8 milhões) da multa rescisória de Kepa Arrizabalaga com o Athletic Bilbao. O terceiro goleiro da Espanha na Copa do Mundo viajou para Madri para fechar os últimos detalhes nesta terça-feira (7) antes de rumar para Londres, na Inglaterra, onde deverá fazer exames nesta quarta.

O alto montante foi desembolsado por causa de outra movimentação envolvendo goleiro. Thibaut Courtois segue forçando sua saída do Chelsea e deverá ser contratado pelo Real Madrid por 40 milhões de euros (R$ 174,4 milhões), de acordo com o “AS”.

A chegada de Kepa está diretamente relacionada ao futuro de Courtois. Os jornais espanhóis afirmavam que o Chelsea somente liberaria o goleiro belga para o Real Madrid quando conseguisse se acertar com um substituto.

Ciranda agitou a Itália

A movimentação dos goleiros mexeu com o futebol italiano, de volta aos holofotes com a chegada de Cristiano Ronaldo. Depois de 16 anos, Gianluigi Buffon deixou a Juventus e acertou com o PSG. O veterano chega para ocupar o posto em que Alphonse Aréola e Kevin Trapp não conseguiram se firmar.

Com o adeus de seu capitão, a Juventus fez a ciranda dos goleiros girar. A equipe italiana desembolsou 12 milhões de euros (R$ 52,4 milhões) para contratar Mattia Perin, de 25 anos, que estava no Genoa. O arqueiro é visto como um dos possíveis substitutos do próprio Buffon no gol da seleção italiana.

A contratação da Juventus, contudo, não foi a maior de um time italiano envolvendo goleiros. Sem Pepe Reina, que partiu para o Milan, o Napoli abriu os cofres e pagou 22 milhões de euros (R$ 95,9 milhões) por Alex Meret, de 21 anos, cria das categorias de base da Udinese. Ainda na Itália, a Roma encontrou uma solução barata para a saída de Alisson: 8,5 milhões de euros (R$ 37 milhões) por Robin Olsen, titular da Suécia na Copa do Mundo.

Longe da Itália, mas mais uma negociação envolvendo grandes quantias por um goleiro, aparece o Arsenal. Agora sem Arsène Wenger no comando, o clube londrino desembolsou 25 milhões de euros (R$ 109 milhões) para tirar Bernd Leno do Bayer Leverkusen. O alemão chega para disputar a posição com o veterano Petr Cech.