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Inter vê trabalho conjunto por Nico: "Nunca vou desistir de nenhum jogador"

Do UOL, em Porto Alegre

14/08/2018 13h29

O crescimento de Nico López é reflexo de um trabalho conjunto de vários setores do Inter para o entendimento coletivo de jogo. E depois de mais uma ótima atuação do uruguaio, o time vermelho celebra o sucesso e a insistência por ele.

Nico chegou ao Inter em 2016 e até então não tinha conseguido se firmar. Tanto que sua maior sequência como titular em competições nacionais era de quatro jogos. Tinha altos e baixos, picos de grande rendimento e quedas logo em seguida.

Internamente era visto como um jogador de qualidade ímpar, mas sem comprometimento coletivo. Individualista e avesso a marcação, ele acabava por perder espaço no grupo.

Mas o Colorado insistiu. A direção, comissão técnica, diversos departamentos que vão desde acompanhamento pessoal, análise de desempenho, todos atuaram muito próximos ao gringo de 24 anos, que agora mostra seu melhor futebol e entrou até no radar da seleção de seu país.

"Todos sabem da qualidade do Nico. O principal mérito é dele de entender que precisava fazer algo diferente do que vinha fazendo. O futebol hoje não admite mais só jogar com a bola no pé. Ele tem qualidade, a definição dele na frente do gol é a melhor que temos. Com toda estrutura que temos no departamento de futebol, e um jogador dessa qualidade, é preciso saber trabalhar ele. O Odair sempre acreditou no Nico. Ano passado contra o Palmeiras, com Odair (era interino na ocasião), o Nico fez um grande jogo. Sempre confiamos nele. Rodrigo (Caetano) também. Pedi para todos que trabalham no futebol do clube um projeto para o Nico, além do que se faz normalmente, para se sentir mais importante. Vem dando resultado, temos trabalhado com ele em todas áreas do clube, dando tudo que precisa para desenvolver o futebol", disse o vice de futebol Roberto Melo.

A recuperação é evidente. Nico López se firmou titular, é artilheiro do time na temporada, diante do Fluminense fez mais dois gols e ainda foi um dos líderes em desarmes do time. Isso que jogou apenas um tempo, pois teve um desconforto estomacal e precisou ser substituído.

E não foram apenas desarmes no campo de ataque. Nico ocupou espaços, alternou subidas e recuos com Pottker no lado oposto. Soube o momento de procurar o jogo apoiado, buscar a infiltração em profundidade, o drible e a conclusão ou mesmo voltar e recomeçar a jogada com algum companheiro.

"Nunca vou desistir de nenhum jogador que esteja no meu grupo. A não ser que ele desista dele mesmo. Mas de depender de mim, principalmente nos momentos difícieis, quando não faz gol, vai ganhar apoio. E essa é minha conduta desde o início. Quando está ganhando, fazendo gol, é fácil dar moral. Mas quando nãoe stá jogando, não está bem, não está nem indo para o banco é que o treinador precisa aparecer. Vi muito isso quando fui auxiliar. O problema não está do um ao 11, está do 12 ao 30. Não se ganha competição com 11 jogadores, mas com 30 no grupo. Minha conduta com o Nico é a mesma que tenho com todos. E essa conduta, ele e todos os profissionais percebem, e trabalham para entregar o melhor", explicou o técnico Odair Hellmann.

O Inter soma 35 pontos e é terceiro colocado no Brasileiro. No domingo encara o Paraná no Beira-Rio.