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Com Guerra de volta, Felipão terá "trio de luxo" de meias sem vaga no time

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

18/08/2018 04h00

Com Alejandro Guerra cada vez mais próximo de voltar a ficar à disposição do Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari terá uma "dor de cabeça boa" para resolver nos próximos dias. Desde que assumiu a equipe, ele consolidou um meio-campo forte e marcador com Felipe Melo, Bruno Henrique e Moisés, mas tem dado espaço limitado para meias criativos que o clube investiu pesado para contratar, como Lucas Lima e Gustavo Scarpa. Com o venezuelano recuperado de cirurgia no pé completando o "trio de luxo", esse dilema vai se acentuar.

A principal reviravolta com Felipão foi a brusca melhora defensiva da equipe. O time ainda não tomou nenhum gol sob seu comando, e os jogadores já afirmaram que veem diferenças no modo de marcar. O treinador explicou que apenas "fez o simples" para ajustar a defesa, enfatizando o trabalho de coberturas passado nos treinos pelo auxiliar Paulo Turra. Fato é que, pelo menos quando joga o time considerado titular, não tem havido espaço para um meia mais solto.

Com Felipão, Felipe Melo ocupa o posto de primeiro volante e raramente deixa a zona à frente da zaga, sempre tendo como primeira missão fechar o espaço diante da área. Já Bruno Henrique e Moisés têm a tarefa de pressionar o meio-campo adversário, fechar espaços e desarmar. Com a bola, o camisa 10 atua como meia mais avançado, mas sem ela, exerce um papel defensivo fundamental, que não é característico dos outros armadores do elenco.

No cenário atual, é difícil vislumbrar como os meias do Palmeiras poderiam ganhar espaço. Lucas Lima, que é um dos líderes de assistências do time na temporada, mas não ajuda tanto na marcação, tem sido apenas uma opção para quando a equipe titular está perdendo. Já Gustavo Scarpa tem a vantagem de poder jogar aberto, mas foi preterido por Hyoran, um jogador mais veloz e direto, quando Willian, o titular de Felipão na ponta direita, não esteve disponível.

Guerra, portanto, volta ao Palmeiras no "fim da fila". O venezuelano foi contratado após ser eleito o melhor jogador da Libertadores de 2016 e custou R$ 10 milhões, pagos com dinheiro da Crefisa. Uma série de lesões tem perseguido o meia desde sua chegada, e em dois anos ele ainda não conseguiu uma sequência de alto nível para engrenar. O camisa 18 também pode atuar pelos lados, mas Felipão tem preferido jogadores de mais velocidade nessas funções.

Com Guerra tendo feito apenas um treino com o elenco desde a cirurgia e Scarpa fora das atividades desta semana por causa de uma inflamação no calcanhar, é provável que apenas Lucas Lima esteja em campo no jogo contra o Vitória, neste domingo (19), pelo Campeonato Brasileiro. Felipão já indicou que deve poupar titulares após a vitória por 1 a 0 sobre o Bahia na quinta-feira (16), resultado que garantiu a classificação para as semifinais da Copa do Brasil.