Lá vem eles de novo? Meia do Bayern pode ter de escolher Brasil ou Alemanha

No último sábado, em sua estreia na temporada, o time sub-19 do Bayern de Munique atropelou o Hoffenheim ao golear por 5 a 0. Camisa 10, o destaque ficou com Oliver Batista Meier, que balançou a rede uma vez e distribuiu duas assistências.
Ao fim da partida, o meia-atacante de 17 anos não voltou direto para Munique. Ele viajou pouco mais de 100 km para visitar o seu berço natal, Kaiserslautern, e passar o resto do fim de semana ao lado de sua mãe, a cearense Noelia Batista, que se divide entre as duas cidades. Com a saudade em dia, retornou de carro ao lado do pai, Xaver Meier, para treinar com o Bayern na segunda à tarde.
Essa rotina está com os dias contados. A revista Kicker, uma das mais tradicionais do futebol alemão, já o elegeu como a grande promessa dos bávaros para o futuro e o apontou como o sucessor do francês Franck Ribéry entre os profissionais.
Em sua pré-temporada, mesmo ainda tão novo, o jovem de sangue brasileiro ganhou chance do técnico Niko Kovac no time principal e foi testado ao lado de Rafinha, Robben e do próprio Ribéry na vitória por 3 a 1 em amistoso com o PSG, no fim de julho.
É apenas uma questão de tempo para que ele fique de vez entre os adultos. Não deve demorar também para que tenha de tomar outra decisão importante: escolher qual seleção defender entre Brasil e Alemanha.
Pode ser a chance de o Brasil 'descontar', em parte, o 7 a 1 e 'roubar' dos alemães uma de suas maiores apostas para os próximos anos. Conforme apurado pelo UOL Esporte, a CBF tem Batista Meier em seu radar, mas ainda não realizou qualquer abordagem.
O destaque da base do Bayern foi escolhido recentemente o segundo melhor jogador sub-17 da Alemanha em premiação organizada pela federação local. Chegou a fazer cinco gols em uma partida (veja abaixo).
Na temporada 2017/18, ele fez 17 partidas e marcou 22 gols na categoria. Ainda foi promovido para o sub-19, participando de outros 24 jogos e balançando as redes 11 vezes, duas delas em atuação excepcional contra o Celtic, pela Uefa Youth League.
Nascido em Kauserslautern em 2001, Oliver deu seus primeiros passos no clube de mesmo nome até o Bayern pagar 500 mil euros (R$ 2,1 milhões) para fisgá-lo aos 15 anos. Ele está completamente enraizado no país. Qual a chance, então, do Brasil seduzi-lo?
Com a palavra, a sua mãe, Noelia Batista. "Ainda não houve contato (da CBF), mas ele já me disse que o sonho é jogar pela seleção", conta ao UOL Esporte.
"Eu falo português com ele. Outro dia, ele me pediu: 'mãe, você tem que falar comigo somente em português. O (Renato) Sanches (meia português do Bayern) disse que eu tenho que sempre praticar'. Ele (Oliver) não fala bem, mas entende tudo. É mais vergonha, mesmo, porque não está acostumado. Temos TV Record em casa e vemos também", completa.
De Fortaleza para o mundo

Noelia Batista vive na Alemanha desde 1989. No ano seguinte, casou-se com o alemão Xaver Meier e teve três filhos. O mais velho, Heiko, tem 27 anos, e também nasceu em Kaiserslautern. Juliana, de 22, é de Fortaleza.
Ela veio ao mundo quando Noelia havia retornado ao Brasil para cuidar da mãe que se encontrava doente e faleceria em seguida. A filha agora está grávida e deve dar luz ao seu primeiro neto em novembro.
Recém-formada na faculdade, é ela quem faz Noelia ficar entre Kaiserslautern e Munique, onde Oliver e Xaver moram. A distância entre as cidades é de 400 km.
"A cada duas semanas, eu vou de um lado para o outro. Às terças-feiras, por exemplo, eu cuido de uma senhora idosa de 85 anos (em Kaiserslautern). Vou às compras para ela, faço supermercado e limpo o apartamento. Antes, trabalhava em hotéis", explica a mãe de Oliver.
Ela ainda está se acostumando com o sucesso do filho no Bayern, time do coração de Xaver.
Contrato com a Nike e assédio no mercado

No fim de junho, os atuais campeões alemães se anteciparam ao assédio cada vez maior no mercado e fecharam contrato de cinco temporadas com Oliver. O anúncio foi realizado em seu site oficial, com direito a foto ao lado do diretor esportivo Hassan Salihamidzic.
Recentemente, ele esteve também na sede da Nike no país, em Frankfurt, para participar de uma ação promocional e posar para fotos da marca.
"Faz praticamente três anos que a Nike o patrocina, e acabou sendo através de um dos campeonatos da Nike que ele chamou a atenção atuando pelo Kaiserslautern. Agora, esteve com o pessoal da empresa e ganhou até um pôster gigante que tenho aqui em casa", afirma Noelia.
Qualquer que seja a decisão do filho entre Brasil e Alemanha, ela confia que o jovem irá longe em sua carreira. E, como o próprio Bayern deixa claro, Noemia não está sozinha nessa expectativa.
"Ele gosta de futebol e respira isso. Não é como muitos garotos que vão por obrigação e se cansam rapidamente. É o seu hobby e ele fez dele a sua profissão. Agora, está se dedicando para chegar ao profissional", completa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.