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Vasco acata pedido de adiamento e empréstimo de R$ 38 mi segue indefinido

Presidente do Vasco, Alexandre Campello não conseguiu aprovar empréstimo - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Presidente do Vasco, Alexandre Campello não conseguiu aprovar empréstimo Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/08/2018 00h18

Após uma votação para lá de apertada, por 89 a 88, na sede da Lagoa (RJ), o Conselho Deliberativo do Vasco acatou o pedido do grupo de oposição “Sempre Vasco” e adiou a votação para a aprovação ou não de um empréstimo de R$ 38 milhões - com juros a 0,96% - tendo como garantia cotas da TV Globo e da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro).

A maioria dos conselheiros concordou que se faz necessário o Conselho Fiscal analisar documentos cedidos pelo presidente Alexandre Campello antes de dar um parecer de aprovação ou reprovação

O pedido da Sempre Vasco foi protocolado minutos antes de começar a sessão junto ao presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro.

Concordaram com a ideia do grupo os integrantes do “Casaca” e da “Identidade Vasco”.

O resultado causou muita insatisfação entre os dirigentes da administração atual e dos conselheiros que votaram a favor da aprovação. Eles saíram temerários com a possibilidade do clube ficar inviabilizado até o fim do ano caso o empréstimo seja negado.

Presidente do Vasco, Alexandre Campello lamentou a decisão, mas garantiu que a nova votação acontecerá em breve:

"Foi uma decisão política. Onde quem votou contra não pensou no clube. Pensou só na politica. Entendemos que, dentro em breve, nos próximos dias, uma nova assembleia seja convocada onde esperamos que, de fato, haja a aprovação. As exigências que foram feitas são descabidas porque, estatutariamente, não existe nenhuma previsão de que o Conselho Fiscal tenha que dar um posicionamento. Enfim, percebemos que o que existe é uma vontade de procrastinar essa decisão, de atrapalhar a diretoria administrativa, mas que vamos superar".

Presidente do Conselho de Beneméritos, Eurico Miranda votou a favor do empréstimo e, assim como Campello, acusou fraude na votação desta sexta-feira.

"Vai ter uma nova votação semana que vem. Não vai depender do Conselho Fiscal para p... nenhuma! Vai depender de pedir a votação. O Conselho Fiscal não decide sobre isso. Hoje teve uma decisão pelo adiamento e foi fraudada, pois o resultado não foi esse. Estou afirmando. E vai ter uma nova com certeza", disse na saída.

Eurico, aliás, em um momento raro, não teve seu voto acompanhado pelo grupo "Casaca". A situação surpreendente, inclusive, causou discussões acaloradas no término da sessão entre os membros do grupo e os conselheiros que acompanharam Miranda. 

O "Sempre Vasco" divulgou uma nota explicando a decisão pelo adiamento da votação pelo empréstimo. Confira a íntegra:

"O bom senso prevalece

É importante lembrar que o revanchismo rasteiro nunca nos guiou, o que foi demonstrado ao votarmos “não” para o processo de abertura de sindicância contra Alexandre Campello, como também ao aprovarmos o empréstimo do Carlos Leite com condições ruins, mas que se tratava da única alternativa naquele momento.

Nos últimos dias, pedimos a apresentação da operação financeira para a obtenção de empréstimo de R$ 38 milhões. Foi realizada uma reunião com slides e números que não detalharam dados importantes para uma operação financeira com tamanha complexidade. Reiteramos o pedido de demonstração destes dados, mas não recebemos. Slide é uma narrativa e detalhamento documentado é responsabilidade.

No papel de contribuir para buscar soluções efetivas para os problemas financeiros do clube defendemos o adiamento da decisão.

Conforme carta apresentada ao Conselho Deliberativo é preciso TRANSPARÊNCIA e, portanto, que se apresente os DOCUMENTOS básicos (Balanço auditado de 2017, Demonstrativos trimestrais de Março e de Junho de 2018,...) e CONTRATOS que demonstrem a necessidade e as condições do referido empréstimo, além do PLANO ORÇAMENTÁRIO oficial contendo TODOS OS DESTINOS E USOS DOS RECURSOS.

Com a fragilidade e a superficialidade da estratégia financeira apresentada na reunião prévia existe o eminente risco do DESCUMPRIMENTO do PROFUT, o que trará graves e irreparáveis consequências para o futuro do Vasco. O Vasco ficará quase inviável.

Portanto, para aumentar o grau de FISCALIZAÇÃO E CREDIBILIDADE do uso dos recursos, solicitamos a criação de um COMISSÃO PARITÁRIA cujo o objetivo será acompanhar o destino dos R$ 38 Milhões, garantindo que o Plano Orçamentário seja realizado e disponibilizando as informações para todos os Poderes do Club, Conselheiros, Sócios e Torcedores.

Não reprovamos o empréstimo. Demos uma solução para aprová-lo com responsabilidade, transparência e fiscalização.

Só com boas práticas de governança poderemos avançar.

E que fique, definitivamente, CLARO que ilações irresponsáveis e avulsas antes de momentos de tanta importância para o futuro do Vasco da Gama tumultuam o ambiente do clube e apenas ajudam aos que lucram com o caos.

#sempreaoladodovasco"