"Temos dado soluções aos problemas", diz Campello após impasse no Vasco
Inconformado com o resultado da votação do Conselho Deliberativo na última sexta-feira (17) - que decidiu por adiar o pleito para aprovação ou não de um empréstimo de R$ 38 milhões - o presidente do Vasco, Alexandre Campello, optou por olhar para frente em busca de soluções para o impasse entre os grupos políticos.
Embora não tenha conseguido convencer a maioria dos conselheiros em sua apresentação sobre a necessidade de se obter a verba, o dirigente segue confiante de que o empréstimo será aprovado:
“Temos dado soluções para todos problemas e vamos continuar conseguindo as soluções. Daqui a uma semana ou 10 dias vamos voltar aqui e com certeza iremos aprovar esse empréstimo”.
Os grupos “Casaca”, “Identidade Vasco” e “Sempre Vasco” votaram pelo adiamento por entenderem que o balanço financeiro apresentado por Campello para justificar o empréstimo era muito superficial. Eles exigem a apresentação de documentos, contratos, além de um plano orçamentário contendo todos os destinos e usos dos recursos.
O "Sempre Vasco" exige ainda a criação de uma comissão paritária com o objetivo de acompanhar a movimentação destes R$ 38 milhões. O UOL Esporte, porém, apurou que esse item é flexível e pode ser descartado caso Campello consiga apresentar um balanço bem detalhado.
Há ainda uma preocupação dos opositores com relação ao risco do Vasco de sair do Profut, o programa criado pelo Governo para o refinanciamento das dívidas dos clubes.
No planejamento apresentado por Campello, o pagamento dos R$ 38 milhões seriam feitos da seguinte forma: R$ 8 milhões ainda na gestão e os outros R$ 30 milhões divididos em parcelas de R$ 10 milhões nos anos de 2021, 2022 e 2023. Ou seja, no triênio subsequente à atual administração.
Os oposicionistas alegam que essa estratégia fere o artigo 4º em seu parágrafo IV do Profut que diz que há uma “proibição de antecipação ou comprometimento de receitas referentes a períodos posteriores ao término da gestão ou do mandato”.
Os conselheiros que estão a favor do empréstimo, porém, rebatem a teoria com o item B do mesmo parágrafo, que faz a ressalva de que há tal permissão em caso de “substituição a passivos onerosos, desde que implique redução do nível de endividamento”.
Ainda sem ter definida a estratégia que irá adotar mediante ao impasse no Conselho Deliberativo, o presidente do Vasco se defendeu.
“Isso é um subterfúgio, uma condição criada para se opor a esse empréstimo. Já explicamos que nós despendemos muita energia e força de trabalho para realizar o balanço de 2017. Paralelamente, estamos implementando o sistema integrado no clube, mudando toda gestão, trabalhando no programa de sócio, enfim. Justificamos ao Conselho Fiscal que os documentos seriam entregues. Inclusive, na minha apresentação demonstrei que com a implantação já no final de agosto e início de setembro teremos os balancetes através do sistema da Totus (empresa de software e consultoria). Fizemos um esforço grande e entregamos ao Conselho Fiscal uma série de documentos que, por sinal, eu não vejo nenhuma urgência na entrega uma vez que o Conselho Fiscal sequer concluiu a análise de 2017. A não ser pela questão política”, declarou.
Os R$ 38 milhões de empréstimo almejados por Campello terão juros de 0,96% e tem como garantia cotas da TV Globo e da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro).
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