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Fernando Diniz comenta saída do Atlético-PR em programa de TV

Fernando Diniz falou sobre o que o levou a sair do Atlético: "resultados" - Reprodução
Fernando Diniz falou sobre o que o levou a sair do Atlético: "resultados" Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/08/2018 11h03Atualizada em 20/08/2018 11h50

O ex-técnico do Atlético Paranaense, Fernando Diniz, concedeu entrevista após ter deixado o clube em 25 de junho, em meio à Copa do Mundo, com um aproveitamento de 25% dos pontos no Campeonato Brasileiro. Diniz não tem aceitado muitos convites para falar sobre sua passagem pelo Furacão, mas topou participar do programa “Cartão Verde” da última quinta-feira (16) em São Paulo.

Ele falou sobre o que o levou a ser demitido por Mario Celso Petraglia, presidente do conselho do Furacão, que o havia garantido “mesmo em caso de rebaixamento para a Série B”. “As coisas terminaram mal. Mas teve um momento, um auge... o mês de abril foi excelente e o mês de maio desastroso. Essas coisas acontecem. Tem muito a ver com a condição humana, como as relações se deram, e era o momento de ir ajustando isso e voltar a ganhar”, contou Diniz.

Para ele, os resultados ruins foram determinantes para a perda da crença no projeto. “O sistema todo gira em torno do imediatismo e do resultado do jogo. Quem ganha é muito bom e quem perde é muito ruim. Quando você faz uma coisa diferente no sistema, o sistema reage de uma forma agressiva. Quando o resultado não vem, você fica muito refém do resultado para o sistema não te agredir fortemente”, comentou. Diniz foi demitido após uma sequência com sete jogos sem vitórias, com cinco derrotas no intervalo. Antes, havia vencido o Santos depois de outros nove jogos sem vencer, com outras cinco derrotas seguidas.

Fernando Diniz deu lugar a Tiago Nunes, técnico que já estava no clube comandando a equipe de aspirantes. Nunes comanda o time há nove jogos, com quatro vitórias, quatro empates e uma derrota. Diniz vê que ficou algo do trabalho com influência na equipe: “Sempre fica. O Atlético hoje ainda é o time que sai de trás com mais facilidade. Ficou um sistema mais tradicional, com duas linhas de quatro. Mas sempre fica, eu tive seis meses, não some de uma hora para outra. O time conseguiu ajustar jogando de uma forma mais próxima a que todo mundo joga, um pouco mais reativo. Hoje o Atlético está num momento muito positivo”.

O ex-técnico atleticano também avaliou que a falta de peças foi determinante para que o projeto se encerrasse em Curitiba. “Nós jogamos melhor que o São Paulo lá em Curitiba e aqui no Morumbi. Jogamos de igual para igual com o Grêmio. Aí num determinado momento começou a ter jogo em cima de jogo e a gente tinha uma limitação no número de jogadores no elenco, a proposta era ir reforçando o time. E é difícil você contratar no Atlético Paranaense, porque o poder orçamentário não é grande. E você tem que acertar muito em cheio. Então a gente resolver ir com calma, aproveitando o que tinha na base, e reforçando com Marcelo Cirino, que chegou agora, Bruno Nazário, foram indicações minhas”, declarou. Cirino já pertencia ao Furacão e Nazário estava no Guarani, clube que Diniz deixou em janeiro para assumir o Atlético.

Por fim, Diniz foi crítico ao futebol reativo, demonstrando convicção em seu modelo de jogo, mas reconheceu que o momento do futebol mundial não é o de construção de jogadas. “A França ganhando a Copa do Mundo reforça muito esse modelo. O Atlético de Madrid ganhando ontem, também”, comentou sobre a decisão da Supercopa da Europa na última quarta-feira.