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Atlético-MG reduz R$ 2 mi na folha e supera em 10 pontos rendimento de 2017

Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, e Alexandre Gallo, diretor de futebol, colhem frutos no Brasileirão - Victor Martins/UOL Esporte
Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, e Alexandre Gallo, diretor de futebol, colhem frutos no Brasileirão Imagem: Victor Martins/UOL Esporte

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

22/08/2018 04h00

Esqueça o Atlético-MG de contratações milionárias e salários astronômicos dos últimos oito anos. A política adotada pelo presidente Sergio Sette Câmara é bem mais comedida. No entanto, já dá mais resultados no Brasileirão que no ano anterior.

Em 2017, a folha salarial do Galo era de R$ 11,3 milhões por mês. Fred e Robinho, maiores salários do elenco, recebiam R$ 1 milhão e R$ 800 mil mensais, respectivamente. Em menos de um ano, o mandatário reduziu o gasto mensal para R$ 9 milhões, cerca de 80% do montante gasto em 2017, e já colhe frutos no Brasileirão.

Mesmo com uma folha mais baixa que a do último ano, Sérgio Sette Câmara consegue resultado superior no Campeonato Brasileiro.

Com 33 pontos em 19 rodadas, o Galo tem 57,9% de aproveitamento no principal torneio nacional. No ano passado, neste mesmo estágio, a equipe então comandada por Rogério Micale contava com 23 pontos em 19 partidas. O rendimento era de 42,6%.

Fred deixou o Atlético-MG devido ao elevado salário - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Fred deixou o Atlético-MG devido ao elevado salário
Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

A dupla que obrigava um gasto de quase R$ 2 milhões mensais deixou a Cidade do Galo de formas distintas. Fred rescindiu o contrato amigavelmente com o clube. O valor pago ao centroavante era considerado muito elevado pela diretoria. Por isso, o mandatário optou pela quebra do vínculo sem pagamento de multas.

O caso de Robinho foi um pouco diferente. O atacante tinha compromisso até dezembro do ano passado. A diretoria fez uma proposta para renovar com valores bem moderados, o que não agradou ao estafe do camisa 7. Diante da insatisfação, o craque foi liberado para procurar outro clube. Hoje, ele defende o Sivasspor, da Turquia.

Outros nomes com vencimentos elevados foram deixando o plantel pouco a pouco. Rafael Moura, Marcos Rocha, Erazo, Valdívia, Felipe Santana e Roger Bernardo deixaram a Cidade do Galo. A saída dos supracitados representa uma economia de quase R$ 2 milhões.

Com a economia feita, Sérgio Sette Câmara e o diretor de futebol Alexandre Gallo tiveram a incumbência de contratar atletas com salários menores. Os responsáveis pelo futebol optaram por contratar apostas e poucos nomes consolidados no futebol nacional.

Róger Guedes e Ricardo Oliveira foram os mais badalados que chegaram à Cidade do Galo. O primeiro recebia cerca de R$ 200 mil antes de se mudar para o Shandong Luneng, da China, enquanto o segundo fatura R$ 250 mil mensais fixos mais bônus por metas. O salário do camisa 9 pode no máximo R$ 450 mil por mês.

Apesar de adotar uma política de contenção de gastos, o rendimento já é melhor pelo número de pontos. O Galo fez 10 pontos a mais que na edição anterior do Brasileiro. Quando o assunto é colocação, a atual equipe também não deixa a desejar. Em 2017, os mineiros ocupavam a 14ª posição ao fim do primeiro turno. Atualmente, o Atlético é o quinto colocado.

Fracassos em outros torneios

Atlético-MG perdeu para o Cruzeiro na final do Mineiro - Pedro Vale/AGIF - Pedro Vale/AGIF
Atlético-MG perdeu para o Cruzeiro na final do Mineiro
Imagem: Pedro Vale/AGIF

Embora o desempenho seja superior no Brasileirão, o Atlético decepcionou em outros torneios. O Galo perdeu para o Cruzeiro na final do Campeonato Mineiro. Na temporada passada, o Alvinegro havia vencido o arquirrival neste estágio.

A performance na Copa do Brasil também foi inferior. Em 2017, o time perdeu para o Botafogo nas quartas de final. Já na atual temporada, a derrota veio nas oitavas, para a Chapecoense.

O Atlético caiu na primeira fase da Copa Sul-Americana 2018 para o San Lorenzo, da Argentina. Em 2017, o time disputou a Libertadores e perdeu para o Jorge Wilstermann, da Bolívia. A eliminação aconteceu nas oitavas de final.