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Presidente do Inter cita Suárez e Barça para defender acerto com Guerrero

Uruguaio foi contratado pelo Barcelona em 2014 mesmo com punição de quatro meses - Juan Medina/Reuters
Uruguaio foi contratado pelo Barcelona em 2014 mesmo com punição de quatro meses Imagem: Juan Medina/Reuters

Do UOL, em Porto Alegre

24/08/2018 16h08

O Internacional não se arrependeu da contratação de Paolo Guerrero. Muito pelo contrário. Na mesma entrevista coletiva em que anunciou apoio jurídico ao peruano após revogação de liminar e retomada de punição por doping, o clube gaúcho usou a ida de Luis Suárez ao Barcelona, em 2014, como exemplo.

Quatro anos atrás, o uruguaio foi contratado pelo gigante espanhol mesmo punido pela Fifa após morder o zagueiro Chiellini em jogo da Copa do Mundo.

"Sobre a punição, que estava dentro do cenário (previsto na hora do acerto com Guerrero), o Barcelona fez a mesma coisa quando contratou Suárez. Contratou um jogador que tinha suspensão e aguardou o jogador. Hoje ele está aí desenvolvendo suas atividades", disse Medeiros em meio à resposta sobre críticas ao negócio.

Na mesma explanação, o dirigente citou outro atleta para rebater contestações por diferente motivo. Ricardo Oliveira, centroavante do Atlético-MG, foi lembrado pela idade.

"É curioso, muitos falam da idade do jogador e às vezes a gente olha e pensa. Será que é desconhecimento daquilo que o esporte apresenta hoje em dia. A longevidade é maior, temos jogadores em alto rendimento no tênis, basquete, futebol americano. Só um exemplo: o melhor atacante do Campeonato Brasileiro tem 38 anos. E o Guerrero será mais moço que o Ricardo Oliveira quando terminar o contrato com o Inter", afirmou o presidente do clube gaúcho.

Guerrero foi suspenso por 14 meses e, em maio, obteve liminar para jogar a Copa do Mundo na Rússia. Na última quinta, o Tribunal Federal da Suíça revogou a medida cautelar e restabeleceu a punição. O peruano tem mais oito meses de gancho pela frente.

O Inter se mostrou ao lado de Guerrero, declarando apoio e afirmando acreditar plenamente na inocência do centroavante. Nos próximos dias, advogados do clube gaúcho irão procurar contato com o corpo jurídico que arquiteta a defesa do peruano.

Confira a resposta completa de Marcelo Medeiros sobre as críticas ao negócio.

"A crítica faz parte do futebol. Quando se é eleito para presidir um clube do tamanho do Internacional é preciso estar preparado para conviver com críticas e não se abater. E conviver com elogios e, como dizia o ex-presidente Giovanni Luigi, não se enfeitar. Normal… Da mesma maneira que alguém critica, tem quem elogie. Tem gente que vê um atleta de alto padrão, um atleta diferenciado. Um atleta que a gente confia na inocência do jogador, confia em um corpo jurídico… Tem uma parte que tem visão pequena das coisas, mas a crítica faz parte do jogo. A gente convive e respeita. Algumas pessoas passaram ao campo da ofensa, mas aí é outro foro. As ferramentas democratizaram as palavras, mas as críticas de comunicadores a gente respeita. É curioso, muitos falam da idade do jogador e às vezes a gente olha e pensa. Será que é desconhecimento daquilo que o esporte apresenta hoje em dia. A longevidade é maior, temos jogadores em alto rendimento no tênis, basquete, futebol americano. Só um exemplo: o melhor atacante do Campeonato Brasileiro tem 38 anos. E o Guerrero será mais moço que o Ricardo Oliveira quando terminar o contrato com o Inter. Sobre a punição, que estava dentro do cenário, o Barcelona fez a mesma coisa quando contrato o Suárez. Contratou um jogador que tinha suspensão e aguardou o jogador. Hoje, ele está aí desenvolvendo suas atividades. No caso do Guerrero, há total confiança na inocência do atleta. Ele está buscando de forma incessante que o hotel se responsabilize sobre a contaminação da prova. Mas as críticas são bem-vindas."