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Pratto não brilhou, mas ajudou SP a montar time que briga para ser campeão

Pratto e o diretor executivo do São Paulo, Raí, durante o anúncio da saída do argentino - Bruno Grossi/UOL
Pratto e o diretor executivo do São Paulo, Raí, durante o anúncio da saída do argentino Imagem: Bruno Grossi/UOL

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

11/09/2018 04h00

Quando o São Paulo anunciou a contratação de Lucas Pratto, em fevereiro de 2017, a torcida criou a esperança de soltar o grito preso na garganta de "é campeão". A temporada acabou, o Tricolor teve a sua pior campanha na história do Campeonato Brasileiro e o argentino não brilhou o tanto esperado. Mas, ainda assim, a herança do atacante foi fundamental para o clube montar a base da equipe que disputa o título nacional de 2018.

Em janeiro deste ano, a diretoria negociou a transferência do centroavante para o River Plate por 11,5 milhões de euros (R$ 44,3 milhões, na cotação da época). Os brasileiros ainda têm parcelas para receber da transação. Em agosto, foram depositados 500 mil dólares na conta tricolor. Já na próxima temporada, serão mais três cotas de 2 milhões de dólares cada.

A verba foi fundamental para o São Paulo pagar dívidas e construir um novo elenco. Régis, Nenê, Anderson Martins, Valdívia e Rojas chegaram sem custos entre clubes por transferência, pois estavam em fim de contrato ou tinham rescindido vínculo. Os principais investimentos foram feitos em Diego Souza (R$ 10 milhões), Everton (R$ 15 milhões), Tréllez (R$ 6 milhões), Gonzalo Carneiro (R$ 2,6 milhões), Bruno Peres (cerca de R$ 6,5 milhões) e Everton Felipe (pagamento de R$ 3 milhões neste ano) - totalizando R$ 43,1 milhões.

Além das finanças, os números no campo mostram que o São Paulo tomou a decisão correta ao fechar a saída do atacante. Em toda a última temporada, Lucas Pratto disputou 48 partidas e balançou as redes 14 vezes. Já neste ano, ele ainda tenta engrenar no River Plate. Foi alvo de críticas, chegou a discutir com torcedores, atuou em 28 confrontos e marcou oito gols.

As estatísticas dos atacantes do Tricolor em 2018 são muito mais satisfatórias. A artilharia do clube na temporada é dividida entre Nenê, com 42 jogos, e Diego Souza, com 39 duelos, cada um com 12 gols. Considerado também uma das peças mais importantes do elenco, o ponta Everton chegou em abril, disputou 21 partidas e marcou cinco vezes. Ou seja, só o trio é responsável por 26 tentos do time, que fez 64 no ano.

Motivo de discórdia

Pratto era considerado uma peça tão importante dentro do elenco são-paulino que foi apontado por alguns até como um dos motivos da saída do diretor executivo de futebol do São Paulo, Vinícius Pinotti, no ano passado. Segundo a versão, o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, teria se mostrado disposto a conversar com o Cruzeiro sobre uma possível transação envolvendo o atacante, e o dirigente teria sido contrário ao negócio.

O argentino acreditava que poderia ser convocado para a Copa do Mundo e se valorizar ainda mais. No entanto, ele não fez parte da lista de Jorge Sampaoli e segue no River Plate. Na quarta-feira, dia 19, deve disputar o primeiro jogo das quartas de final da Copa Libertadores, contra o Independiente, também da Argentina.