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Soluções emergenciais do Fla "emperram" e comprometem até planos eleitorais

Vitinho acumula decepções com a camisa do Flamengo desde que foi contratado - Divulgação/Flamengo
Vitinho acumula decepções com a camisa do Flamengo desde que foi contratado Imagem: Divulgação/Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/09/2018 04h00

Em queda livre após a Copa do Mundo, o Flamengo vive um cenário de incerteza no que diz respeito ao objetivo de encerrar a temporada com pelo menos um título de expressão. O panorama idealizado pela diretoria não se consumou e colocou o trabalho do departamento de futebol em xeque, assim como os planos para a eleição presidencial de dezembro.

Quando trouxe os atacantes Vitinho e Uribe, vistos como soluções emergenciais para as saídas de Vinicius Júnior e Guerrero, a atual gestão do Flamengo decidiu abrir os cofres na expectativa de que os reforços rendessem o alto valor pago e mantivessem o aproveitamento de uma equipe que brigava como protagonista pelo título do Campeonato Brasileiro - liderou por 13 rodadas - e também tinha como sonho a conquista da Copa Libertadores.

Uribe - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
O atacante Fernando Uribe ainda não rendeu o esperado com a camisa do Flamengo
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Desta forma, além da proximidade dos títulos, teoricamente seria mais simples tentar eleger o atual vice de futebol Ricardo Lomba como presidente do clube. Ele é o candidato do mandatário Eduardo Bandeira de Mello, que sofre perdas significativas em sequência nos bastidores. Como se os problemas políticos não fossem suficientes, o mau rendimento do futebol compromete ainda mais os planos da situação. No projeto do mandatário e de seus pares, tudo caminharia de forma correta.

Só que, até o momento, deu tudo errado. Um Flamengo frágil e sem alternativas sob o comando do pressionado Maurício Barbieri despenca na tabela do Brasileirão e não se mostra confiável para a sequência da Copa do Brasil, já que a Libertadores ficou pelo caminho. Se era uma missão delicada manter o aproveitamento anterior, o fracasso dos reforços piorou de forma considerável o panorama.

É claro que o problema não está apenas no ataque. O Flamengo já se mostrou refém dos "chuveirinhos" e das bolas paradas em determinadas oportunidades. A dificuldade em criar alternativas por meio de triangulações, ultrapassagens dos laterais e jogadas individuais é flagrante. Mas Vitinho e Uribe também têm suas respectivas parcelas de culpa.

O substituto de Vinicius Júnior foi a contratação mais cara da história do Flamengo. Os cerca de R$ 45 milhões foram investidos em um jogador que frustra a torcida até aqui. Vitinho foi apresentado em um Maracanã lotado, mas o rendimento em campo é questionado por torcedores, conselheiros e integrantes do departamento de futebol.

É denominador comum que um investimento deste porte não pode ter nos números apenas um gol em 14 partidas realizadas. Só que o panorama vai além disso. Vitinho não tem jogado bem e até agora se encontra absolutamente fora de sintonia no retorno ao futebol brasileiro.

Já Uribe chegou referendado pela excelente média de quase um gol a cada dois jogos na carreira. Ele receberá cerca de R$ 26 milhões do clube até o encerramento do vínculo, válido até junho de 2020. Ainda que seja menos do que os R$ 43 milhões embolsados por Paolo Guerrero, o valor é consideravelmente alto. Estão incluídas no montante as luvas de R$ 3,8 milhões abatidas no primeiro ano de contrato.

Em campo, o atacante não tem sido sombra do que os dirigentes esperavam. Ele fez apenas um gol em 13 jogos, mas o isolamento no setor ofensivo incomoda, além da dificuldade em se adaptar ao futebol no Brasil. Tanto que até agora o Rubro-negro não sabe quem é o centroavante titular.

Juntos, o colombiano e Vitinho custam aproximadamente R$ 1,3 milhão a cada mês no Flamengo. A direção apostou as fichas na dupla por um projeto de conquistas dentro e fora de campo. O plano ainda não está perdido, mas o Rubro-negro se complica em todas as frentes a cada jogo que passa.