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Guerrero participa de inspeção no Peru: "querem acabar com minha carreira"

Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

20/09/2018 21h17

O atacante Paolo Guerrero, do Internacional, participou de uma inspeção no hotel Swissotel, em Lima, ao lado do advogado Julio García. Ele esteve no local com a delegação da seleção peruana em outubro de 2017 antes do jogo contra a Argentina, quando foi pego no antidoping.

A perícia foi realizada pelo Ministério Público do Peru a pedido da defesa do jogador, que acredita em contaminação de um chá servido pelo hotel ao atleta. O exame de Guerrero constatou um metabólito de cocaína.

Após a inspeção, o jogador falou com a imprensa e atacou o hotel. “Estou muito indignado de voltar neste local onde passei mal. Estou punido por oito meses a mais e lutando pela minha inocência. É óbvio que querem acabar com a minha carreira. Queria estar no meu país jogando, celebrando, mas estou aqui passando vergonha. Não estou bem. Estou indignado por passar por este momento”, disse em entrevista ao jornal El Bocón.

Já o advogado dele afirmou que apresentará provas da inocência do jogador. “Chegaram falsidades ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). Nós estamos iniciando um processo aqui no Peru. As afirmações que foram determinantes para a situação de Paolo são falsas. O processo continuará e serão apresentadas provas. Queremos que o tribunal suíço veja que há uma injustiça terrível”, declarou García.

A defesa do jogador apresentou recurso ao Tribunal Federal Suíço, e o Internacional aguarda uma resposta. A ideia do clube é que o peruano de 34 anos possa voltar a atuar o mais brevemente possível. Em contato com a reportagem do UOL, o vice jurídico do clube gaúcho, Gustavo Juchem, informou que a decisão do relator sobre o pedido de efeito suspensivo ao recurso do atleta deve ser proferida até o início da semana que vem.

Entenda o caso

Guerrero foi julgado e punido pela Fifa com um ano de afastamento por conta de um teste positivo de doping para substância benzoilecgonina, principal metabólico da cocaína e da folha de coca. O exame foi feito após a partida entre Peru e Argentina em Buenos Aires, em outubro de 2017, válida pelas Eliminatórias para Copa do Mundo.

Em seguida, entrou com recurso por meio do Comitê de Apelações da entidade e reduziu a pena, em um primeiro momento, para seis meses. Em maio, porém, o caso foi à Corte Arbitral do Esporte (CAS), que aplicou 14 meses de suspensão. Guerrero foi buscar seus direitos além do âmbito esportivo e conseguiu efeito suspensivo no Tribunal Federal Suíço no fim do mesmo mês.

Com a liberação provisória, atuou pelo Peru na Copa do Mundo e, desde o regresso do Mundial, jogou mais quatro partidas pelo Flamengo. Em seguida, foi contratado pelo Internacional e tinha estreia marcada para o jogo contra o Palmeiras. No entanto, viu cair a liminar que o liberava para atuar e voltou a estar proibido de qualquer atividade como profissional do futebol.

O vínculo de Guerrero está, desde então, suspenso. Sem pagar salários, como previsto em contrato, o Internacional ainda poderá ampliar o vínculo do atleta em tempo correspondente ao período de afastamento.

Com a punição em vigor - de mais oito meses - o centroavante só poderá voltar jogar ou mesmo treinar utilizando a estrutura do clube em abril de 2019. O objetivo, porém, é reverter o quadro e o liberá-lo para atuar ainda neste ano.