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Na Croácia, Modric ofusca tempestade de neve e reforma da previdência

Em site croata (traduzido), Modric vira manchete e ofusca tempestade (canto inferior esquerdo) e nova proposta de reforma para a previdência do país (ausente na capa) - Reprodução
Em site croata (traduzido), Modric vira manchete e ofusca tempestade (canto inferior esquerdo) e nova proposta de reforma para a previdência do país (ausente na capa) Imagem: Reprodução

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

25/09/2018 08h03

A eleição de Luka Modric como melhor jogador do mundo foi o grande acontecimento esportivo da última segunda-feira (24), ainda mais na Croácia, o país do meio-campista. Por lá, o craque deixou em segundo plano assuntos de enorme interesse coletivo, como os estragos de uma tempestade de neve e a discussão de uma reforma da previdência.

Antes da cerimônia The Best, da Fifa, as capas dos principais sites croatas tratavam de uma proposta de reforma previdenciária, cujo anúncio aconteceu justamente na segunda-feira. O governo pretende mudar a idade de aposentadoria para 67 anos a partir de 2031, subindo o patamar atual (65 anos para homens; 62 para mulheres). A proposta colocada pelo Ministério do Trabalho e Previdência da Croácia será debatida pela população durante as próximas três semanas. Toda esta discussão, no entanto, foi jogada para escanteio quando Modric foi coroado pela Fifa.

A comoção pela premiação de Modric foi tamanha que até um desastre natural teve sua importância diminuída no noticiário croata. Justamente nesta segunda uma tempestade de neve atingiu a região de Split, cerca de 160 km distante de Zadar, a cidade natal do melhor do mundo. Os ventos fortes derrubaram árvores, fecharam aeroporto e criaram uma série de dificuldades no tráfego. 

O meio-campista tomou conta da imprensa local. “Bravo, capitão! Luka Modric é o melhor do mundo”, exaltou o 24sata, que organizou um especial para recordar toda a vida do jogador. Outra rede de notícias, a Dnevnik, tratou a premiação do melhor do mundo como “milagre dos milagres” e 'ignorou' tanto a tempestade quanto a reforma previdenciária.