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Sampaoli critica cobrança excessiva na Argentina: "chega dessa loucura"

Gabriel Rossi/Getty Images
Imagem: Gabriel Rossi/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

09/10/2018 10h01

Técnico da seleção argentina na Copa do Mundo da Rússia, Jorge Sampaoli quebrou o silêncio de três meses e avaliou, em entrevista para o jornal espanhol “Marca”, que o desempenho no Mundial foi prejudicado pela cobrança excessiva em cima do grupo.

De acordo com Sampaoli, cada partida era “um sofrimento” diante da pressão exercida em cima da seleção. Assim, ele deixou o comando com a certeza de que, para voltar a triunfar, a Argentina precisará parar com o imediatismo.

"Acho que nos preparamos muito bem para a Copa do Mundo, mas a Copa em si não foi tão boa, obviamente. Tivemos que equilibrar para que a obrigação de ganhar que o jogador argentino tinha não gerasse mais ansiedade. Cada partida foi quase um sofrimento. Mas dizendo isso, digo: nunca deixamos de treinar bem, de nos preparar plenamente para cada partida", disse.

"Para a próxima Copa do Mundo ou Copa América você precisa de organização, confiança ilimitada e saber que tudo requer um processo. Ou seja, se você não vencer a Copa América, você tem que manter o processo, não interrompê-lo. Chega dessa loucura que se você não vencer, você é um perdedor. Não é assim. Se você acredita, pode ganhar ainda mais tarde. Mas você tem que acreditar”, completou.

A Argentina foi eliminada da Copa do Mundo pela França nas oitavas de final depois de uma primeira fase turbulenta, em que perdeu para a Croácia e flertou com a eliminação diante da Nigéria.

Além disso, jogadores como Lionel Messi e Javier Mascherano passaram a ter influência na escalação, o que na avaliação de Sampaoli não atrapalhou o desempenho. Para ele, o problema foi o vazamento de informações sobre reuniões e outras medidas adotadas contra a crise em meio ao Mundial.

“Cada reunião deveria contribuir. Foi um momento muito complexo. Todo o externo interferiu na concentração. Mas tudo foi feito para ajudar, melhorar. Nós fomos invadidos pelo imediatismo, necessidade. Mas o problema não são as reuniões, o problema é que as reuniões se tornam públicas”, explicou.

Sampaoli foi demitido ao fim da Copa do Mundo da Rússia. Ainda sem um técnico definitivo, a Argentina será comandada pelo interino Lionel Scaloni no amistoso da próxima terça-feira (16) contra o Brasil.