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Monaco assinou contrato falso e desrespeitou fair play financeiro, diz site

REUTERS/Eric Gaillard
Imagem: REUTERS/Eric Gaillard

Do UOL, em São Paulo

05/11/2018 23h27

Um dia após PSG e Manchester City serem denunciados, nesta segunda-feira (5) é a vez de o Monaco estar sob escrutínio após revelações do football leaks, documentos tornados públicos e analisados por meios de comunicação do EIC (European Investigative Collaborations). O dono do clube francês teria forjado contrato com uma offshore para injetar dinheiro no futebol, o que é proibido pela Uefa.

De acordo com reportagem do site Mediapart, em julho de 2014 o Monaco iniciou uma parceria com a agência de marketing digital ‘AIM Digital Imaging’, uma offshore registrada em Hong Kong. A agência tinha a responsabilidade de garantir 140 milhões de euros de patrocínio durante dez anos (total de R$ 5,95 bilhões na cotação atual) caso o clube não conseguisse liberar tais receitas. O contrato é atípico e torna-se ilegal pela existência de um acordo complementar.

Em outubro de 2014, a AIM Digital acertou com a City Concept Ventures (registrada nas Ilhas Virgens Britânicas) um contrato no qual receberia exatamente 140 milhões de euros anuais por dez anos. Segundo o Mediapart, esta City Concept Ventures seria nada menos que uma empresa de fachada do dono do Monaco, o bilionário russo Dmitri Rybolovlev. Desta forma, ele teria injetado o próprio dinheiro diretamente no Monaco, driblando os mecanismos de ‘fair play financeiro’.

Confrontado, o Monaco confirma a existência do contrato com a AIM, mas nega irregularidades. O acordo “se provou ambicioso demais e inalcançável”, admite o clube, “nunca tendo sido executado, e portanto nunca tendo entrado nas contas do clube”. Na versão do EIC, o contrato nunca teria sido executado porque o bilionário Rybolovlev entrou em rota de colisão com o dono da AIM.

O clube francês chegou a ser multado em 3 milhões de euros em 2015, por desrespeitar o fair play financeiro em outros casos, mas não o que envolve a AIM.