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City patrocinou a si mesmo para driblar Fair Play Financeiro, diz revista

Reuters/Jason Cairnduff
Imagem: Reuters/Jason Cairnduff

Do UOL, em São Paulo

07/11/2018 00h09

O Manchester City teria usado empresas em paraísos fiscais para pagar direitos de imagem a jogadores e desta forma desrespeitar o Fair Play Financeiro da Uefa, segundo reportagem da revista alemã Der Spiegel. Documentos mostram que o dono do clube inglês, xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan, criou um sistema de pagamento ilegal e usou de manobras para injetar dinheiro no clube, o que é proibido.

De acordo com a revista, o City entendeu cedo que as regras financeiras implementadas pela Uefa teriam impacto negativo em seu projeto de se tornar uma força continental. Um memorando vazado mostra o CEO do clube, Ferran Soriano, falando em combater o Fair Play Financeiro “de uma forma que não seja visível, para não apontar o clube como inimigo global do futebol”.

Além disso, o xeique Mansour teria ainda inflacionado contratos de patrocínio com o objetivo de burlar as regras da Uefa. Em um caso específico, documentos mostram que o dono do City pagava diretamente 59 milhões de euros anuais (mais de R$ 250 milhões) referentes ao contrato com a Etihad, de forma que apenas 8 milhões de euros entravam saíam realmente dos cofres da empresa aérea. Na prática, o time de Manchester usava a parceira para ‘lavar’ todo esse dinheiro e patrocinar a si mesmo.

Além disso, outro esquema envolvia a empresa Fordham Sports Management, que teria feito pagamentos de direitos de imagem a jogadores do City — algo que normalmente é atribuição do próprio clube. O dono do time inglês reembolsava tal atuação com repasses de 11 milhões de euros ao ano (R$ 4 milhões). Desta forma formou-se um ciclo usado pelo xeique para débitos do Manchester City com verba pessoal, desonerando a folha do clube e desta forma descumprindo o Fair Play Financeiro.

O caso é bem parecido com as denúncias direcionadas ao PSG nesta semana. Os dois clubes são acusados de desrespeitar o Fair Play Financeiro da Uefa  com a anuência de Gianni Infantino, que atualmente preside a Fifa. Na última segunda (5), o Monaco também foi acusado de ilegalidades semelhantes.