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Football Leaks: City usou time árabe para dobrar salário de treinador

Reuters/Jason Cairnduff
Imagem: Reuters/Jason Cairnduff

Do UOL, em São Paulo

08/11/2018 18h18

Em mais um capítulo do escândalo envolvendo o Manchester City, revelações desta quinta-feira (8) do chamado ‘Football Leaks’ dão conta de que o clube teria usado uma equipe árabe para dobrar o salário do técnico Roberto Mancini, em 2009. A informação foi publicada pela revista alemã Spiegel.

Segundo a publicação, Mancini assinou dois contratos ao ser anunciado pelo Manchester City: um para ser treinador do time inglês, e outro para assumir função de conselheiro no Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos. Ambos os clubes têm o xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan como dono. Desta forma, o técnico receberia salário anual de 1,45 milhão de libras pelos cofres dos citizens, acrescido de 1,75 milhão de libras via Al Jazira (total de R$ 4,13 milhões à época).

A manobra pode não ser ilegal à primeira vista, mas abre espaço para perguntas importantes. Teria o City terceirizado débitos próprios? Em caso positivo, tal estratégia pode ser considerada um desrespeito ao Fair Play Financeiro da Uefa, visto que os pagamentos não figuram nos balanços do clube inglês.

“Temos alguns pagamentos que precisamos que sejam feitos pelo Al Jazira”, teria escrito um diretor executivo do City em 2011, segundo o Spiegel. “Vamos precisar enviar dinheiro to ADUG, e ADUG então passa ao Al Jazira com as instruções de pagamento.”

‘ADUG’ é sigla para Abu Dhabi United Group, a companhia que é dona do Manchester City. De acordo com revelações do ‘Football Leaks’, a empresa é o centro da estratégia do clube para driblar as regras de Fair Play Financeiro da Uefa. Há denúncias, aliás, de que tenha havido um esquema de falsificação de patrocínios inclusive com a Etihad, empresa aérea que dá nome ao estádio do City. Outras revelações dão conta de que Pep Guardiola fechou com o clube meses antes de ser anunciado.