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Afastamento de vice de projeto com torcida gera nova crise eleitoral no Fla

Maurício Gomes de Mattos (e) e Eduardo Bandeira de Mello (d) na última eleição do Fla - Pedro Ivo Almeida/UOL
Maurício Gomes de Mattos (e) e Eduardo Bandeira de Mello (d) na última eleição do Fla Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/11/2018 17h34

O turbilhão político teve novo capítulo no Flamengo nesta sexta-feira (9). O vice-presidente geral Maurício Gomes de Mattos divulgou vídeo no qual afirmou ter sido destituído pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello do projeto Embaixadas e Consulados da Nação - responsável por fazer a ligação entre clube e torcedores espalhados pelo Brasil e demais países.

Partidário do opositor Rodolfo Landim na eleição de 8 de dezembro, o dirigente reafirmou compromisso com os torcedores e recebeu uma série de notas de apoio. Bandeira e Maurício possuem gélida relação há algum tempo, mas o mandatário alegou uso do clube na campanha para o adversário do seu candidato, o vice de futebol Ricardo Lomba.

O fato é que Maurício Gomes de Mattos já tinha relação delicada com alguns integrantes do Conselho Diretor, principalmente os que estão mais ligados ao grupo político SóFla (Sócios Pelo Flamengo). No entanto, como o dirigente foi eleito vice-presidente na chapa de Bandeira em 2015, não pode ser exonerado do cargo, de acordo com o Estatuto do Rubro-negro. A sua manutenção na direção, no entanto, incomoda.

Só que a decisão do mandatário repercutiu de forma negativa no processo eleitoral. Segundo apuração do UOL Esporte, o afastamento de Maurício Gomes de Mattos não foi alinhado com o SóFla, tampouco com Ricardo Lomba. O grupo divulgou uma nota em apoio ao desafeto de alguns integrantes e o atual vice de futebol gravou vídeo em solidariedade.

Ficou nítido desconforto entre os partidários de Ricardo Lomba e o ainda presidente do Flamengo. A leitura é a de que em uma disputa equilibrada contra a oposição, qualquer atitude tomada no calor da emoção pode ser decisiva nas urnas. A situação tenta minimizar os efeitos negativos do caso, enquanto Bandeira de Mello dá explicações..

“Não houve destituição do Maurício do projeto das Embaixadas, até porque sempre esteve sob responsabilidade da vice-presidência de Marketing. O Maurício agia como voluntário, ajudando muito e não há nada contra a pessoa dele. Tudo foi explicado de forma amistosa, na presença de outros dois vice-presidentes [Humberto Motta e Hélio Ferraz]”, afirmou o mandatário.

“Mas não dá para usar politicamente um projeto que é do clube. Ele é livre para ir nas reuniões que quiser e pedir votos para a chapa de oposição da maneira que quiser. Apenas não pode [e ninguém pode] usar a estrutura do clube ou funcionários como plataforma eleitoral. Isso nós nunca permitimos no Flamengo, nem em proveito da situação. Quando concorri à reeleição em 2015 isso já estava proibido. É uma questão de postura”, encerrou.

Querendo ou não, a escolha de Eduardo Bandeira de Mello colocou ainda mais fogo no cenário eleitoral. A dúvida é sobre o efeito nas urnas. Os associados só saberão em 8 de dezembro.

Veja a nota do grupo Sócios Pelo Flamengo

O SóFLA reconhece o trabalho realizado pelo VP Geral Maurício Gomes de Mattos, à frente do projeto de Consulados e Embaixadas do Flamengo.

O trabalho em conjunto com as pastas de Marketing e Comunicação, para o qual tivemos prazer em participar, sem dúvida alguma, resultou num grande sucesso.

Independentemente do resultado da eleição, como grupo propositivo que somos, continuaremos a apoiar esse trabalho.

E apesar de no momento eleitoral estarmos em lados antagônicos, o SóFLA vem a público manifestar apoio ao VP Geral Maurício Gomes de Mattos e espera que lhe seja dado o espaço que lhe cabe no evento das embaixadas no dia 17/11/2018.