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Entenda por que a penhora não deve tirar a taça do Mundial do Corinthians

Justiça determinou a penhora de taça do Mundial de 2012, conquistado pelo Corinthians - AFP PHOTO / KAZUHIRO NOGI
Justiça determinou a penhora de taça do Mundial de 2012, conquistado pelo Corinthians Imagem: AFP PHOTO / KAZUHIRO NOGI

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

09/11/2018 04h00

A Justiça determinou nesta quinta-feira a penhora da taça do título Mundial de 2012 do Corinthians, gerando polêmica e revolta entre torcedores. Na prática, entretanto, isso não significa que o troféu será tomado ou apreendido. As chances de que o alvinegro de fato perca a taça são remotas, e ela deve permanecer na sala de conquistas.

A ordem judicial veio em ação do Instituto Santanense de Ensino Superior, com quem o alvinegro tem dívida de R$ 2,48 milhões. Na prática, a penhora significa uma garantia de pagamento: se o devedor não honrar o compromisso, perde o bem penhorado.

Um perito designado pela Justiça irá avaliar o valor da taça, mas ela permanecerá em posse do Corinthians. A penhora será anotada nos autos do processo, e informada caso algum outro credor também tente penhorar o troféu. Caso o clube ainda assim não pague o débito, aí sim, ela iria a leilão judicial.

De acordo com o próprio Corinthians, isso não deve acontecer. Nesta quinta, em entrevista coletiva realizada no CT Joaquim Grava, o presidente Andrés Sanchez disse que irá resolver o problema. "O Corinthians tem dois Mundiais e quiseram isso. Era uma faculdade que tinha no Parque São Jorge. A faculdade tem a receber, o Corinthians também tem. Estava bem adiantado o acordo, mas infelizmente os advogados quiseram uma nota midiática e fizeram isso com a taça do Mundial. O que tiver de pagar, vamos pagar, e vamos esperar o processo para receber a nossa parte. É uma ação midiática, os advogados devem torcer para outro time e fizeram isso. Quanto vale a taça no valor financeiro? Mas é direito deles, a Justiça existe para isso. Temos 48 horas para resolver e vamos resolver", afirmou.

Depois da fala Andrés, ainda no CT, Paulo Linhares, pró-reitor administrativo do Instituto Santanense, e Luis Paulo Rosenberg, diretor de Marketing do Corinthians, concederam entrevista juntos. Com tom conciliatório, acenaram com a possibilidade de uma solução amigável para o problema.

"Eles pediram para esclarecer a posição dos atuais gestores e tranquilizar a torcida de que não há nenhuma intenção de se valer de um símbolo tão importante para resolver uma pendência jurídica", disse Rosenberg. ""Reforçar as palavras do Rosenberg. A UniSant'Anna está sob nova gestão, e nosso foco principal é trabalhar pela educação e não mover processos judiciais. Assim que assumimos, neste ano, começamos a fazer bons acordos e um deles, tratado com prioridade, é o acordo com o Corinthians. Hoje tivemos uma excelente reunião, e acredito que daqui para frente será uma nova história entre a UniSant'Anna e o Corinthians. Em nenhum momento houve intuito de desrespeitar a honra do Corinthians por parte da universidade".

Todos os elementos apontam para um desfecho mais amigável do caso, ou, pelo menos, um que não envolva a perda da taça do Mundial de 2012. O processo do Instituto Santanense já está em fase de execução - isso significa que a Justiça já reconhece plenamente a existência da dívida, e ela está em fase de cobrança.

Alternativas para o Corinthians passam por um acordo amigável para o pagamento do débito, o depósito do valor em juízo ou mesmo o oferecimento de outro bem que não o troféu para garantia da dívida.