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Advogado de suspeito dá nova versão: "intenção era castração" de Daniel

Imagem: Divulgacao/saopaulosp.net

Bruno Abdala

Do UOL, em São José dos Pinhais

12/11/2018 12h39Atualizada em 12/11/2018 18h04

O advogado de Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, último suspeito de ter participado da morte do jogador Daniel a depor, afirmou que a intenção dos quatro homens que estavam no carro de Edison Brittes Júnior, o Juninho Riqueza, no dia do crime era “castração e não matar Daniel”. Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, namorado da prima de Cristiana Brittes, foi o último preso a conversar com a Polícia Civil. 

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O advogado Edson Stadler deu uma nova versão dos fatos de 27 de outubro, dia do assassinato. Segundo ele, Edison não obrigou ninguém a entrar em seu Veloster preto após uma sessão de espancamento de Daniel ainda na casa da família Brittes e todos desceram do carro. David Vollero, Igor Kyng e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva seguiram com Juninho até o local onde o jogador foi executado.

A versão de David e Igor era de que Edison Brittes os obrigou a entrar no Veloster preto antes do crime, que os dois não desceram do carro e que não viram Daniel ser morto. Segundo os dois, apenas Eduardo havia saído do veículo com Juninho. 

“A realidade é de que com o mesmo desígnio e mesmo objetivo eles se associaram para fazer uma castração da vítima, do Daniel. Após as agressões verificadas na casa, houve um convite do Brittes, para que eles fossem juntos para segurar o Daniel para que esse pudesse fazer a castração da vítima. Eles foram espontaneamente. Assumiram com a mesma igualdade, voluntariamente eles foram”, disse o advogado.

“No caminho o Edison teve outro comportamento ao ver mensagens do Daniel com fotografias junto da mulher e alterou-se. Ele abriu o porta-malas, todos desceram. Não quero entrar no mérito dos outros depoimentos. Todos desceram para segurar o Daniel para fazer a castração ou cortar o pênis do Daniel para deixa-lo ao relento, na rua. O Edison abriu o porta-malas e surpreendentemente cortou o pescoço do Daniel. A intenção era deixar ao relento para que ele pudesse se socorrer, mas não era matá-lo", contou. 

Stadler continua o relato dizendo que após matar Daniel, Edison Brittes pediu ajuda para os outros homens para arrastar o corpo do jogador e, segundo ele, não foi atendido. "Nenhum se manifestou para arrastar, inclusive um dos meninos que estava junto teve uma ânsia de vomito no momento. Foi arrastado para outro local, quando assim assistiram o Edison Brittes decepar o pênis do Daniel". 

O suspeito Eduardo Henrique Ribeiro da Silva é o último dos presos acusados da morte do jogador Daniel a depor. 

O advogado de Igor e David, Robson Domacoski, afirmou que não ficou surpreso com a nova versão dada por Eduardo Henrique da Silva. “É natural que havia outra versão. Já houve tantas. Era esperado que uma versão diferente viria. Me espantou esse tipo de declaração do Eduardo. O objetivo não era castrar ninguém. O objetivo era deixa-lo na rua para passar vergonha. Se outros estavam com outro objetivo eu não posso dizer”, disse.

Eduardo diz que Juninho Riqueza não ameaçou ninguém

De acordo com Edson Stadler, Edison Brittes Júnior, o Juninho Riqueza, não ameaçou nenhum dos rapazes que estavam no Veloster Preto.

Os quatro participaram, ele dá riqueza de detalhes, ele fala da participação de cada um. Se soubesse que era para matar ele (Eduardo) não teria participado. O Eduardo não sentiu medo do "Edison. Foi voluntário. Houve perplexidade. A partir do momento da morte ele (Edison) arrasta o corpo. E ele mesmo amputou o pênis da vítima”, contou Stadler. 

"Espontaneamente por eles teria ocorrido a castração. O Edison não ameaçou ninguém. a proposta do Edison foi a seguinte: 'eu preciso de vocês para segurar porque sozinho eu não consigo castrar ele'", relata Stadler.

Celular de Daniel estaria com Edison Brittes na hora do crime

Edson Stadler relatou ainda que seu cliente Eduardo Henrique não sabe o destino do celular de Daniel após o crime. No dia 27 de outubro, o aparelho estava com Juninho. "O Edison manuseou o celular do Daniel. Ele deve ter visto alguma coisa que o deixou enfurecido. A partir do momento que viu o visor do celular do Daniel ele se alterou, parou o carro. Esse celular estava com o Edison. Ele não sabe se ficou no bolso, se foi jogado. Ele não sabe", disse. 

Após o crime, Edison Brittes ligou para a família de Daniel para prestar condolências usando o celular de um homem morto. Já o aparelho de Cristiana Brittes está com a polícia.

Amiga de Allana Brittes presenciou espancamento de Daniel

Em depoimento prestado nesta segunda-feira (12) ao delegado Amadeu Trevisan, responsável pela investigação da morte do jogador Daniel, uma amiga de Allana Brittes afirmou que presenciou as cenas de espancamento na residência da família Brittes momentos antes do crime. Além disso, Evelin (que não teve o sobrenome revelado) também confirmou que teve um envolvimento com a vítima do assassinato durante a festa na casa noturna Shed, em Curitiba (PR).

“Ela só relatou apenas o que viu, ela está com muito medo do que viu. Ela viu o espancamento, viu os detalhes do que aconteceu. Ela teve (um envolvimento) somente no dia, não era ex namorada. Conheceu ele na boate”, disse Luís Roberto Zagonel, advogado da jovem de 19 anos.

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