Em último jogo, Daniel saiu do banco, mas não evitou derrota na Série B
O meia Daniel tinha 24 anos quando chegou ao São Bento como reforço para a Série B do Campeonato Brasileiro, em junho. Ao ser apresentado, o atleta – que defendeu a Ponte Preta no Campeonato Paulista – demonstrou otimismo na nova equipe.
"A expectativa (é) muito boa, de somar na campanha que já está sendo boa, espero poder ajudar para a gente conseguir objetivos maiores ainda”, afirmou na ocasião.
Até então, de fato, a campanha do São Bento não era das piores. Com 11 rodadas disputadas na segunda divisão nacional, o time seguia invicto, com três vitórias e oito empates. Promovido da Série C em 2017, o time era o sexto colocado da Série B, com 17 pontos.
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Mas Daniel pouco atuou pela equipe de Sorocaba. Até que fosse morto no dia 27 de outubro e tivesse seu corpo encontrado em um matagal da cidade de São José dos Pinhais (PR), disputou apenas duas partidas oficiais com a camisa beneditina. A última delas, em 25 de agosto.
Naquele dia, o São Bento recebeu o Avaí pela 23ª rodada da Série B. Inicialmente reserva, o camisa 28 foi a campo aos 22 min do segundo tempo, quando o técnico Marquinhos Santos sacou Diogo Oliveira do time. Os catarinenses venciam o jogo por 1 a 0, graças ao gol de Rômulo aos 42 min do primeiro tempo.
Em campo, Daniel precisou de pouco tempo para mostrar serviço. Aos 25 min, acionou Francis, que recebeu na direita, trouxe para a entrada da área e bateu para fora. A dobradinha se repetiu nos acréscimos, em lançamento para o camisa 17 – desta vez, o goleiro Aranha se antecipou e ficou com a bola.
O resultado deixou o São Bento na 18ª posição, na zona de rebaixamento da Série B, com 25 pontos. Desde então, Daniel teve só uma oportunidade: chegou a ser relacionado para o jogo em casa contra o Guarani pela 30ª rodada, em 5 de outubro, mas ficou no banco. O São Bento venceu por 1 a 0.
Luto e homenagens
Diante da notícia da morte, o luto tomou conta do São Bento. Após uma folga em 29 de outubro, uma segunda-feira, o elenco se reapresentou no dia seguinte para treinos no estádio Walter Ribeiro. A atividade foi marcada por uma oração que reuniu jogadores, dirigentes e comissão técnica.
“Foi com muita tristeza que recebi a notícia do Daniel, um atleta com muito caráter, muito profissionalismo, um menino introspectivo, mas de boa índole. Fiquei muito chateado com a notícia porque estávamos aí tentando recuperar a carreira dele, ajudando, para que ele pudesse retomar. Ficamos muito chocados. Que Deus possa confortar a família nesse momento difícil”, declarou Marquinhos Santos na ocasião, segundo o site oficial do clube.
"O elenco ficou totalmente chocado pela forma que ocorreu, muito triste o que aconteceu. Fizemos uma oração para que Deus, na sua mais profunda bondade, conforte o coração dos familiares", afirmou também o presidente do São Bento, Márcio Rogério Dias.
Curiosamente, nas duas rodadas seguintes, o time enfrentou duas equipes pelas quais Daniel havia atuado. Em 2 de novembro, visitou a Ponte Preta e perdeu por 2 a 1. Foi respeitado um minuto de silêncio antes da partida, na qual as duas equipes entraram em campo vestindo faixas pretas em referência ao ex-companheiro.
Quatro dias depois, o São Bento recebeu o Coritiba – no qual Daniel atuou em 2017 – e venceu por 5 a 2. Antes do pontapé inicial, foi exibida uma faixa contra a violência e executado outro minuto de silêncio. Crianças entraram em campo carregando balões brancos como símbolo de paz.
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