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"Mataram muita gente com ele", diz mãe de Daniel sobre o assassinato

Marcello Zambrana/AGIF
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Do UOL, em São Paulo

12/11/2018 00h03

Mãe do jogador Daniel, assassinado no último 27 de outubro, Eliana Corrêa falou publicamente pela primeira vez desde que o crime veio à tona. Em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo, ela lamentou profundamente pelo que fizeram ao atleta, que deixou uma filha pequena.

"Ele está fazendo muita falta, eles arrancaram uma parte de mim dessa forma cruel. Ele não merecia terminar assim. O que fizeram não foi só com ele, não. Eles mataram muita gente junto com ele", afirmou a mãe.

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Mãe da filha de Daniel, Bruna Martins também lamentou a tragédia. "Eu sinto que ela perdeu parte da vida dela, porque agora foi enterrado junto [com Daniel] o direito de ela ter um pai", disse a moça, com a expressão triste.

Antes da confissão de Edison Brittes, a família de Daniel recebeu um telefonema do homem que admitiu ter matado o atleta. Na ocasião, Juninho Riqueza, como é conhecido, usou um número de celular que pertencia a um homem morto a tiros de fuzil e pistola em 2016.

Em conversa com um amigo de Daniel, não identificado nominalmente, Juninho fez vários elogios à vítima (ouça abaixo o áudio obtido pelo UOL Esporte). Chegou a dizer que o jogador era "uma pessoa muito querida" por ele e sua família, e que havia viajado para o Paraná só para o aniversário de Allana Brittes.

Quando confessou o crime, Juninho Riqueza mudou o tom com que se referia a Daniel e alegou ter feito tudo para proteger a mulher, Cristiana, que teria sofrido suposta tentativa de estupro do jogador na manhã do assassinato.

O "Fantástico" exibiu a entrevista de uma testemunha. Esta pessoa não nomeada disse que não viu Cristiana e Daniel juntos durante a festa na boate em Curitiba, mas teve a impressão de que "ela ia atrás dele quando ele saía do camarote, e vice-versa".

Quanto à sessão de espancamento, realizada ainda na casa dos Brittes, a testemunha diz que Juninho foi pegar "alguma coisa" no quarto, encontrou a porta trancada e entrou pela janela para bater em Daniel. Outros homens se uniram a ele.

"Bateram bastante no Daniel, bateram no quarto, tiraram para a sala, bateram mais ali fora... Aí, sim, deixaram ele deitado de bruços no chão, Ficou caído por uns cinco minutos, até que o colocaram no porta-malas [do carro] e levaram", concluiu.

Daniel foi assassinado no dia 27 de outubro, em São José dos Pinhais (PR). Seu corpo foi encontrado parcialmente degolado em um matagal, com o pênis cortado. A Polícia Civil revelou que Juninho se livrou de suas roupas ensanguentadas em um riacho.