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Atlético-MG busca soluções para "heranças" de Alexandre Gallo

Atlético-MG herdou problemas da gestão de Alexandre Gallo e precisa solucioná-los a curto prazo - Bruno Poletti/Folhapress
Atlético-MG herdou problemas da gestão de Alexandre Gallo e precisa solucioná-los a curto prazo Imagem: Bruno Poletti/Folhapress

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

13/11/2018 12h00

Alexandre Gallo foi demitido do Atlético-MG há pouco mais de duas semanas. No entanto, deixou uma herança criticada na Cidade do Galo. Em pouco mais de dez meses à frente do futebol, contratou jogadores contestados com compromissos longos e montou uma equipe com vários atletas por empréstimo. Agora, Marques, seu sucessor, tem a incumbência de corrigir alguns equívocos no planejamento.

Em sua passagem bastante contestada pelo Atlético-MG, o antigo diretor de futebol fez 18 contratações, sendo dez por empréstimo. Alguns nomes até já deixaram o plantel. O cartola ainda buscou atletas contestados com vínculos duradouros. O UOL Esporte faz uma lista de problemas que o atual diretor de futebol terá que resolver à frente do clube.

Contratos longos para atletas contestados

Denílson, atacante do Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

A principal crítica a Alexandre Gallo foi dar vínculos longos para atletas contestados. Denílson tem compromisso até junho de 2023. O atacante é o nome mais criticado entre os reforços contratados pelo diretor de futebol. As atuações que teve até aqui não agradaramm e o centroavante pode até deixar a Cidade do Galo em 2019. A saída seria por empréstimo. O atleta de 23 anos custou 300 mil euros aos cofres do clube de Belo Horizonte. Até aqui, disputou 222 minutos e não balançou as redes.

Comprado por 1 milhão de euros, David Terans também tem contrato longo na Cidade do Galo. O uruguaio ainda não rendeu o esperado e é um nome bastante questionado, mesmo que ainda haja expectativa por uma volta por cima na próxima temporada. Ele tem vínculo até 30 de junho de 2023 e 24 anos.

Yimmi Chará não recebeu tantos questionamentos após a chegada à capital mineira. Comprado por US$ 6 milhões, o colombiano de 27 anos caiu de rendimento e não ostenta os melhores números - já são cinco partidas consecutivas sem dar assistência ou marcar um gol. Levir cogita até tirá-lo da equipe. O atleta tem contrato até 2023 também e ainda luta para mostrar o melhor futebol em Belo Horizonte.

Cabe ao diretor de futebol encontrar a melhor saída para cada jogador e também ajudar na recuperação de quem fizer parte dos planos.

Substituir ou renovar com emprestados

Tomás Andrade, meia-atacante do Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Uma das principais críticas a Alexandre Gallo foi o molde dos contratos. O diretor de futebol contratou quase um time inteiro de jogadores emprestados à Cidade do Galo. Dez dos 18 reforços chegaram ao clube nesta condição. Alguns até já foram embora, como Arouca, Samuel Xavier, Erik e Róger Guedes.

Além destes, Tomás Andrade, Matheus Galdezani, Juninho, Leandrinho, Nathan e Martín Rea também estão no Atlético por empréstimo. Sem dinheiro, o clube não conseguirá manter Tomás Andrade, que pertence ao River Plate, da Argentina, e Matheus Galdezani, do Coritiba. A dupla já sabe que não permanecerá no clube em 2018.

Juninho fez poucas partidas e não está nos planos de comissão técnica e diretoria. Martín Rea nem sequer entrou em campo desde a sua chegada à Cidade do Galo. O uruguaio deve atuar somente em 2019.

Leandrinho e Nathan deixarão o Atlético somente em junho de 2019. A dupla foi contratada durante a Copa do Mundo deste ano.

Marques, agora, tem a responsabilidade de renovar com quem considera importante para o elenco ou buscar peças de reposição. Os atletas com mais minutos desta lista são coincidentemente Tomás Andrade e Matheus Galdezani. O primeiro custa R$ 15,8 milhões, enquanto o segundo é avaliado em R$ 3,7 milhões. O clube alega não ter dinheiro para segurá-los em definitivo.

Aproximação do elenco

Marques e Sérgio Sette Câmara em coletiva no Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação - Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação
Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação

Marques já tem se encarregado de uma ação que não era comum durante a gestão de seu antecessor: a aproximação com o elenco. O novo diretor de futebol mantém conversas com o plantel a fim de cobrar melhora no futebol e também aparece como figura importante na busca por evolução.

Dois fatos ilustram a mudança de comportamento. Marques foi ao vestiário após a derrota para o Grêmio, por 1 a 0, no Independência, cobrar melhor desempenho do elenco comandado por Levir Culpi. O dirigente trabalha em prol do grupo no pedido para quitar os salários atrasados. Ele é quem conversa diariamente com o presidente Sérgio Sette Câmara e o vice-presidente Lásaro Cândido Cunha a fim de solucionar o problema. Já são dois meses de atraso.

Renovação precoce com Ricardo Oliveira

Ricardo Oliveira, durante jogo entre Atlético-MG e Grêmio - Pedro Vale/AGIF - Pedro Vale/AGIF
Imagem: Pedro Vale/AGIF

Ricardo Oliveira é um jogador querido por boa parte do time do Atlético-MG. Em menos de um ano, tornou-se líder do grupo e é o artilheiro da equipe em 2018, com 20 gols assinalados. Ele ainda se responsabilizou por sete assistências no ano. Devido a todos os feitos, o centroavante estendeu o antigo contrato, que se encerraria em dezembro de 2019, por mais um ano.

O problema é que a extensão do vínculo de Ricardo Oliveira foi feita no início de setembro, um ano e quatro meses antes do fim do primeiro compromisso. O atacante ainda é considerado um veterano. Aos 38 anos, ele sofreu queda de rendimento desde que ampliou o acordo com os mineiros. Em dez jogos disputados desde então, fez dois gols e deu uma assistência.

Agora, com mais dois anos de contrato, tenta se recuperar no clube. Marques busca ajudar o veterano atacante a se reerguer no plantel.