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Solto, Neymar leva a melhor sobre "queridinho" da casa e é ovacionado

Neymar encara marcação de Toreira no amistoso - AP Photo/Matt Dunham
Neymar encara marcação de Toreira no amistoso Imagem: AP Photo/Matt Dunham

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de Londres (Inglaterra)

16/11/2018 20h20

Aos 23 minutos do primeiro tempo, Neymar pegou a bola na intermediária e partiu para cima da marcação. O volante Lucas Torreira tentou se antecipar, mas ficou na saudade e não viu alternativa: derrubou o craque do PSG no chão. Falta dura que rendeu cartão amarelo para o volante do Arsenal, principal garoto-propaganda do amistoso e que atuava em casa.

Nenhum protesto, no entanto, contra uma eventual simulação por parte dos torcedores presentes na vitória por 1 a 0 do Brasil sobre o Uruguai nesta sexta-feira (16), no Emirates Stadium.

O anfitrião e xodó local era Torreira, mas a torcida estava toda com Neymar, que teve possivelmente nesta noite o público mais receptivo em todas as suas sete passagens com a seleção principal em Londres desde a sua primeira apresentação em 2011. Dessa vez, o atacante não enfrentou vaias, foi chamado de “mergulhador” ou teve motivo para bater boca.

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Mais aberto pela esquerda, o camisa 10 se sentiu tão à vontade que, a despeito da fama de "cai-cai" que carrega entre parte dos londrinos, procurou a jogada individual a todo o momento e encontrou Torreira em mais de uma ocasião pela frente e protagonizou ao seu lado um dos duelos do amistoso.

Figuras-chave na divulgação da partida, Neymar e Torreira mostraram que o futebol pode ser apreciado de formas diferentes. Enquanto o primeiro transbordava inspiração, o segundo era transpiração pura.

Para Torreira, foi suficiente para conquistar a admiração da torcida da casa, ganhar música que o compara ao francês Patrick Vieira, capitão do time que faturou a Premier League de maneira invicta na temporada 2003/04, e se tornar um dos destaques na excelente fase do Arsenal.

Quando os nomes de ambos foram anunciados no alto-falante do estádio, Neymar foi, ainda assim, disparadamente o mais celebrado. Ele provocou reação curiosa em um grupo de crianças locais que entrava no anel inferior e ficaram boquiabertas, como se não acreditassem que estariam diante do brasileiro.

Elas viram um Neymar que teve mais liberdade no primeiro tempo e, mesmo sem o mesmo espaço na volta do vestiário, foi mais uma vez decisivo, ao marcar de pênalti o seu gol de número 60 pela seleção e deslocar o goleiro Campaña na batida, aos 30 minutos da etapa final.

Foi o que faltava para embalar a festa brasileira.

Com maioria esmagadora o apoiando no Emirates, o atacante alavancou ainda mais os números impressionantes que mantém após a Copa do Mundo: três tentos e seis assistências nos cinco amistosos disputados. De quebra, ainda ensaiou uma reaproximação com a torcida local. Nem mesmo Torreira foi capaz de atrapalhá-lo nesta noite.